Facebook acusado de censurar vídeo sobre cancro da mama

Em carta aberta dirigida à rede social, a Cancerfonden alega não ter querido “ofender ninguém” e que o gigante das redes sociais tem de compreender o trabalho que a fundação faz é de elevada importância.

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Facebook retirou vídeo sobre auto-exames mamário da responsabilidade de uma ONG DR

A organização não-governamental (ONG) sueca Cancerfonden acusou, na quinta-feira, o Facebook de ter suprimido um vídeo sobre o cancro da mama por considerar as imagens em causa (dois círculos cor-de-rosa) “ofensivas”.

A rede social justificou a retirada do vídeo indicando que um “anúncio não pode promover produtos sexuais ou serviços e tão-pouco produtos ou serviços para adultos”, cita o jornal The Guardian. O Facebook, no entanti, acabou por reconhecer o "erro".

Em resposta à proibição do Facebook, a associação Cancerfonden publicou uma carta aberta dirigida à rede social para denunciar a supressão do vídeo e indicou à agência de notícias AFP não ter conseguido chegar à fala com um representante da empresa para mostrar o seu ponto de vista.

“Nós entendemos que vocês têm de ter regras acerca do conteúdo publicado na vossa plataforma. Mas vocês também têm de entender que uma das nossas principais tarefas é disseminar informação importante acerca do cancro – neste caso cancro da mama (…) ”, afirmam na carta aberta.

A ONG alega não ter querido “ofender ninguém” e num esforço para disseminar o conteúdo informativo a respeito desta patologia, a Cancerfonden decidiu ser criativa e optou por alterar o formato do desenho do vídeo para “dois quadrados cor-de-rosa”.

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Entretanto, uma porta-voz do Facebook, em declarações, ao jornal The Guardian desculpou-se perante o sucedido.

“Nós lamentamos muito, a nossa equipa processa milhões de imagens publicitárias em cada semana e, por vezes, proibimos incorrectamente anúncios. Esta imagem não viola a nossa política publicitária. Nós pedimos desculpa pelo erro e demos a conhecer ao anunciante que estamos a aprovar os seus anúncios”, declara a porta-voz.

Nos últimos tempos têm-se multiplicado o número de casos em que o Facebook teve problemas com o conteúdo “considerado impróprio” pela sua equipa. Recentemente, a empresa bani a imagem icónica tirada na guerra do Vietname de uma menina que fugia despida de um ataque com napalm. O Facebook acabou por recuar. 

“Normalmente, seria de presumir que a imagem de uma criança nua viola os nossos padrões de comunidade, e em alguns países pode até ser considerada pornografia infantil. Neste caso, reconhecemos a história e a importância global desta imagem em documentar um momento particular no tempo”, afirmou a empresa, em comunicado.

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