Rui Moreira critica Passos e diz que é candidato ao Porto

Presidente da Câmara do Porto devolve críticas ao líder do PSD e acusa os partidos de quererem eles "o fato à medida".

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Autarca do Porto entende que as assinaturas exigidas às listas de independentes devem seguir regime idêntico ao dos partidos Diogo Baptista

Um dia depois de o PSD ter dito não às mudanças na lei eleitoral dos órgãos das autarquias locais propostas por Rui Moreira, o presidente da Câmara do Porto responde a Pedro Passos Coelho e diz ter ouvido do antigo primeiro-ministro - "com muita surpresa - uma pequena deselegância e alguma acrimónia".

Na segunda-feira, Passos Coelho comentou assim as sugestões de Moreira sobre as exigências legais às candidaturas independentes: "Parece que há quem queira fazer [as alterações à lei] para promover candidaturas independentes. E parece que é assim uma espécie de fato feito à medida de uma candidatura independente, aqui, no Porto, até".

Rui Moreira não gostou. "O 'fato à medida' é o fato dos partidos. Os partidos, pelos vistos, é que querem o 'fato à medida'. Aquilo que pretendo apenas é poder envergar o mesmo fato que os partidos construíram para si. E, portanto, não compreendo o argumento e muito menos que se diga que é apenas para a cidade do Porto", declarou o autarca independente aos jornalistas, momentos antes da apresentação da exposição Movimento Estudantil na Universidade do Porto 1968-1974, na reitoria da UP.

Rui Moreira reafirmou que será candidato em 2017, independentemente de a lei ser alterada ou não, e acusou os partidos de quererem eles "o fato à medida". Quanto ao combate de 2017 mostrou-se à vontade: ”Estou confiante de que vamos apresentar uma candidatura séria, temos feito um trabalho na cidade que os cidadãos apreciam e vamos ter eleições. É óptimo ter eleições, é óptimo haver outros candidatos, nessa matéria tenho enorme tranquilidade".

Quanto aos apoios do PS e do CDS à sua recandidatura, o presidente da Câmara do Porto mostrou-se satisfeito e referiu que "quem vota são as pessoas que normalmente votam nos partidos", garantindo que “entre os militantes e os tradicionais votantes do PSD houve muita gente" que votou na sua candidatura, o que significa que "os partidos não são donos dos votos".

Em Setembro, o autarca independente sugeriu aos partidos políticos para que alterassem um aspecto da lei eleitoral (assinaturas exigidas às listas) dos órgãos das autarquias locais, frisando que o que se pretendia era "um estatuto equiparado ao dos partidos". "Se os partidos entendem que querem ganhar isto ou tentar ganhar isto na secretaria, é uma questão que tem que [se] perguntar ".

Explicou que o entendimento feito pelos tribunais face às candidaturas independentes é o de que, no momento de recolha de assinaturas, é necessário apresentar a lista total de candidatos, incluindo suplentes, sendo as assinaturas declaradas inválidas no caso de morte ou indisponibilidade de um dos candidatos. "Isto é uma imponderabilidade que não nos parece natural. A nós parece-nos natural podermos recolher assinaturas em termos do movimento ou do seu cabeça de lista, que é como as pessoas interpretam, e a seguir, no mesmo tempo dos partidos, apresentarmos os nossos candidatos. E as pessoas são livres de votar em nós ou não", argumentou Rui Moreira. 

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