Militar da GNR baleado identificou suspeito fugido como autor dos disparos

GNR desmobilizou nesta quarta-feira à noite o forte dispositivo policial que tinha montado na zona de São Pedro do Sul.

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Pelo menos uma parte dos tiros terão ocorrido junto a este hotel em construção, junto às Termas das Caldas da Cavaca. Hugo Santos

O militar da GNR que sobreviveu ao ataque da madrugada de terça-feira, na zona industrial de Aguiar da Beira, e que se encontra hospitalizado no Hospital de S. Teotónio, em Viseu, terá identificado como autor dos disparos o suspeito Pedro João, o homem que se encontra em fuga, segundo apurou o PÚBLICO.

Apesar de o estado de saúde do militar, atingido por uma bala no pescoço, ainda inspirar cuidados, a Polícia Judiciária já conseguiu falar com ele e confrontá-lo com a fotografia do suspeito. "Houve uma identificação inequívoca", afirmou uma fonte policial. Foi este militar que, apesar de ferido e algemado, conseguiu pedir ajuda e alertar as autoridades.

Os dois militares faziam o patrulhamento da zona quando foram atingidos a tiro. Não se sabe exactamente o que os levou até um hotel ainda em construção, junto às Termas das Caldas da Cavaca. O último contacto dos guardas com os colegas foi para pedir informação sobre algumas matrículas, mas este pedido não terá nada a ver com o ataque de que foram alvo.

O outro militar que morreu foi colocado na bagageira da própria viatura da GNR que o suspeito usou para fugir depois do ataque, e que foi abandonada a cerca de cinco quilómetros. Quando foi encontrada, tinha no seu interior a carta de condução de Pedro João. Essa foi a primeira pista que apontou para este suspeito, admitindo as autoridades que o caso possa envolver mais pessoas. No entanto, não há qualquer pistas sobre elas, considerando a polícia essencial ouvir as explicações do suspeito.

Após deixar o militar algemado, e porque o carro da GNR terá ficado atolado, o suspeito terá roubado uma viatura, onde fugiu de seguida. É neste quadro que terá baleado um casal — o homem morreu no local, a mulher seguiu para o Hospital de Viseu. Na quarta, continuava a lutar pela vida. Os dois iriam para uma consulta no centro hospital de Coimbra, aonde nunca chegaram. 

A GNR informou esta quarta-feira que não houve nenhum alerta de assalto que tivesse conduzido à acção de patrulhamento dos dois militares na madrugada de terça.Também nesta quarta-feira, a GNR chegou a deslocar-se a Montalegre, em Trás-os-Montes, para falar com testemunhas que alegadamente teriam visto Pedro João. Porém, depois de examinarem o retrato que lhes foi apresentado pelas autoridades, acabaram por concluir não ter sido, afinal, aquele o homem avistado.

As atenções das autoridades têm estado centradas em S. Pedro do Sul, para onde o suspeito fugiu na terça-feira. No entanto, esta quarta-feira à noite a GNR anunciou a desmobilização do forte dispositivo policial que tinha montado na zona de São Pedro do Sul. Em comunicado, garantia, contudo, que iria manter a segurança às populações. “Foram empenhados no terreno diversos meios e valências da GNR, não tendo sido registado qualquer contacto com o suspeito, desde as 15h horas de ontem [terça-feira].  Face aos resultados obtidos até ao momento, vamos proceder à desmobilização do dispositivo neste local, mantendo-se a segurança às populações, através de acções de patrulhamento.” 

No fim, a GNR deixa um apelo: “Que as pessoas se mantenham atentas, devendo em casos suspeitos alertar de imediato a GNR, através do número de telefone 232 467 940 ou do número de emergência 112.”  

Esta terça-feira às 15h uma patrulha da GNR avistou o carro do suspeito, tendo este abandonado a viatura e fugido para uma zona florestal. Os militares seguiram-no e um deles foi atingido por um tiro numa perna, num incidente cujos contornos não estão completamente esclarecidos. Com Lusa

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