A luta que o Táxi tem nas ruas não é contra a Uber ou a Cabify

Caros cidadãos,

Começo por pedir desculpa a todos aqueles que hoje vão chegar atrasados à escola, ao trabalho e aos compromissos assumidos por culpa da manifestação que lidero.

A luta que o Táxi já tem nas ruas não é contra as aplicações tecnológicas Uber ou Cabify, mas sim contra os veículos ilegais que prestam serviço a tais plataformas retirando trabalho diário a milhares de profissionais do Táxi.

A luta que o Táxi hoje assume quer defender perto de 100 mil postos de trabalho diretos e indiretos mais o símbolo económico, histórico e cultural do próprio Táxi.

À desculpa peço compreensão pois fomos forçados pelo Governo ao direito à indignação para promover um amanhã de legalidade, onde todos têm direito ao trabalho com as mesmas regras. - Para a mesma função, a mesma exigência. Ao Governo cabe agora a lucidez de ver o óbvio e atirar para longe as estranhas acrobacias do Ministério do Ambiente protagonizadas pelo seu Secretario de Estado, num virote colorido de o “Táxi é ladrão e a Uber é que é!”, aliás, atuação que já o deixou a nu no próximo circo “Remodelação Governamental”. 

Sei bem que o Táxi precisa de mudança, de maior rigor no serviço que presta, de agentes com mais civilidade, de novas metas tecnológicas, mas a falha não pode sequer admitir que promotores de trabalho precário, pagantes de impostos fora de Portugal, com visão de destruição do mercado para domínio total sejam aceites como parceiros de um serviço de transporte que se quer público.

Assumo hoje junto da população que tudo faremos para uma melhor prestação social, mas nunca aceitarei ceder ao interesse de quem vem de fora, faz regras à medida através de marionetas tontas que levantam a bandeira que melhor paga.

Sublinho ainda, e o meu histórico só o pode provar, que procuro soluções sempre comprometido com a lei e o direito ao trabalho digno, no caminho da paz social.

Presidente da Federação Portuguesa do Táxi

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