Antigo líder regional do Partido Comunista Chinês condenado à morte

É mais um caso de uma personalidade relevante da política chinesa condenada por corrupção.

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Kim Kyung-hoon / Reuters

Um ex-dirigente do Partido Comunista Chinês acusado de corrupção foi condenado à morte. Trata-se do mais recente caso de um político outrora influente apanhado nas teias da vasta operação anti-corrupção lançada pelo Presidente Xi Jinping e que tem marcado o seu mandato.

Um tribunal concluiu que o ex-líder do PCC na província de Yunnan, Bai Enpei, acumulou de forma ilegal uma fortuna avaliada em mais de 247 milhões de yuan (33 milhões de euros). Por ter confessado os seus crimes e por ter sido possível ressarcir os cofres públicos, foi concedido a Bai um indulto de dois anos. Normalmente nestes casos de corrupção, as penas de morte são convertidas em prisão perpétua por bom comportamento.

“A quantidade de subornos aceites por Bai Enpei foi enorme, os pormenores dos seus crimes foram extremamente graves e o seu impacto social foi especialmente pernicioso”, declarou o tribunal de Anyang, citado pela Reuters. Não são conhecidos muitos mais detalhes do caso que envolve Bai – que liderou a delegação regional de Yunan (sudoeste) do Partido Comunista até 2011.

Quando chegou ao poder, em 2012, Xi tornou o combate à corrupção uma das suas prioridades, com a convicção de que este é um problema generalizado nas esferas do poder na China e, portanto, uma ameaça à legitimidade interna do partido único. Simultaneamente, Xi lançou também uma campanha de "moralização" pública dos funcionários e dirigentes partidários, que passaram a ter de seguir regras estritas sobre os seus hábitos e gastos. Com mão firme sobre os tribunais e agências de investigação, o Governo lançou uma operação inédita com o objectivo de limpar o PCC desde as delegações regionais até ao próprio Politburo.

Os críticos do regime chinês dizem que Xi utilizou a luta anti-corrupção para afastar potenciais rivais internos, que pudessem constituir um obstáculo ao reforço dos seus poderes. Um dos casos mais emblemáticos envolveu Bo Xilai, condenado em 2013 a prisão perpétua. Bo era governador da província de Chongqing, membro do Politburo e era encarado como uma estrela ascendente na política chinesa.

Em Junho do ano passado, foi a vez de Zhou Yongkang, ex-chefe do poderoso aparelho de segurança de Estado entre 2007 e 2012, condenado a prisão perpétua por corrupção e abuso de poder. Este caso foi considerado um momento de viragem por ter atingido um antigo membro do Comité Permanente do Politburo – o órgão máximo do PCC. A condenação de Zhou veio provar que nem os chamados “tigres” – a designação informal dada aos políticos mais graduados na China, durante décadas considerados intocáveis – podem pensar em escapar à campanha de Xi.

 

 

 

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