EUA suspendem conversações bilaterais com a Rússia sobre a Síria

O Departamento de Estado norte-americano anunciou a suspensão das negociações entre os dois países para tentar resolver o conflito.

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O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o chefe da diplomacia russa, Sergey Lavrov, em 2013 PHILIPPE DESMAZES/AFP/aqruivo

O Departamento de Estado norte-americano anunciou, em comunicado, ter suspendido a sua "participação nos canais bilaterais com a Rússia" que foram abertos pelos dois países, numa tentativa de colocar um ponto final nas hostilidades na Síria.

No mesmo documento explica-se que esta decisão "não foi tomada de ânimo leve". Recorde-se que esta tomada de posição surge numa altura em que a tensão entre Moscovo e Washington tem vindo a escalar

O comunicado é assinado pelo porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, e refere que a "Rússia e o regime sírio escolheram insistir no caminho militar, incompatível com a cessação das hostilidades, como ficou demonstrado pelos intensos ataques contra áreas civis, atingindo infra-estruturas críticas tais como hospitais, e impedindo a chegada de ajuda humanitária a civis necessitados, incluindo o ataque de 19 de Setembro" a um conjunto de camiões da ONU e que provocou perto de 20 mortos.

Citado pela CNN, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou que "acabou a paciência de toda a gente com a Rússia". Earnest diz que a Rússia perdeu a sua credibilidade ao "fazer uma série de compromissos sem qualquer indicação de que iria segui-los".

Como parte da decisão, já começou a ser retirado pessoal que tinha sido destacado para a criação de um centro conjunto entre Moscovo e Washington. Esta plataforma serviria para organizar a cooperação militar entre os dois países. 

O comunicado foi divulgado horas depois da publicação de um decreto, assinado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, onde se anunciava a suspensão de um acordo assinado com os Estados Unidos para a destruição de toneladas de plutónio que poderia ser utilizado para o fabrico de armas nucleares. Aí, segundo cita a agência Reuters, justifica-se a decisão por "acções hostis" por parte da administração norte-americana. 

Já na semana passada o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, tinha ameaçado avançar com esta medida caso Moscovo insistisse nos ataques à cidade de Alepo.

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