Kristalina Georgieva admite estar a ser encorajada para se candidatar à ONU

A comissária europeia búlgara, apoiada pela chanceler alemã, é considerada a grande ameaça à candidatura de Guterres.

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Kristalina Georgieva com Guterres quando este era alto comissário da ONU para os refugiados Reuters

A vice-presidente da Comissão Europeia, a búlgara Kristalina Georgieva, admitiu estar a ser "encorajada" a avançar com uma candidatura ao cargo de secretária-geral das Nações Unidas, admitindo implicitamente que poderá enfrentar António Guterres.

"Sinto-me muito honrada por verificar que numerosas pessoas me estão a encorajar a ser candidata", disse a economista búlgara de 63 anos, que é apoiada pela chanceler alemã, Angela Merkel. Condicionou porém a sua decisão ao apoio do Governo búlgaro.

"Como búlgara, direi que é uma decisão a tomar pelo Governo do meu país", disse.

Uma outra búlgara, a directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, está já na corrida à sucessão de Ban Ki-moon na liderança das Nações Unidas, mas o melhor que logrou foi um quinto lugar na última das quatro votações até agora realizadas pelos 15 membros do Conselho de Segurança, todas ganhas por António Guterres. O executivo búlgaro declarou na passada semana passada que manteria a candidatura de Bokova, mas admitiu rever a sua posição, se ela "não for a primeira ou segunda" mais votada na próxima votação.

Na segunda-feira realiza-se mais uma votação, a última desta primeira fase de selecção em que os países encorajam, desencorajam ou se mantêm neutros em relação aos candidatos. Neste processo, não se soube que país votou em quem. A partir daqui, ficar-se-á a saber quem vota em quem, nomeadamente os países com direito a veto (China, Reino Unido, França, Rússia e Estados Unidos). A primeira destas votações (que pode ser apenas uma) em que os votos dos membros com direito a veto serão determinantes deverá ocorrer na primeira semana de Outubro.

Assim que um candidato reunir nove votos entre os 15 países-membros e a aprovação de todos os membros permanentes  o conselho recomendará o seu nome para aprovação pela Assembleia Geral da ONU, que reúne representantes de 193 países.

Apesar de Guterres ter ficado largamente à frente nas quatro votações (a 21 de Juho, 5 de Agosto, 29 de Agosto e 9 de Setembro), a Rússia já indicou a sua preferência por um candidato da Europa de leste. Na escolha do sucessor de Ban Ki-moon também conta o movimento em favor da eleição de uma mulher, o que aconteceria pela primeira vez após os oito homens que já ocuparam o cargo.

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