Explosão em Nova Iorque foi "acto de terrorismo"

Governador diz não há por ora provas que liguem o acto a grupos internacionais. Segundo engenho encontrado numa rua próxima do local da explosão, que fez 29 feridos.

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Investigação policial na rua 23, em Nova Iorque Stephanie Keith/Getty Images/AFP
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Os feridos não estão em estado grave Bryan R. Smith/AFP
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Explosão ocorreu no bairro de Chelsea Bryan R. Smith/AFP
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O local foi isolado pela polícia nova-iorquina Bryan R. Smith/AFP
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Os vidros nas imediações da explosão foram estilhaçados Bryan R. Smith/AFP
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O mayor de Nova Iorque, Bill de Blasio, acompanha pela autoridades locais Spencer Platt/Getty Images/AFP

Nas vésperas da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, uma bomba artesanal explodiu no bairro de Chelsea, em Manhattan, fazendo 29 feridos. O governador Andrew Cuomo chamou-lhe “um acto de terrorismo, embora não tenha sido identificada nenhuma ligação a grupos internacionais como o Estado islâmico”.

“Depende de como consideramos a definição de terrorismo: uma bomba a explodir em Nova Iorque é um acto de terrorismo, e é dessa forma que o caso está a ser investigado e será julgado. Mas o acto não foi reivindicado por organizações terroristas internacionais”, assegurou Cuomo.

O presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, recusou-se a classificar o sucedido como terrorismo, como fez Cuomo. “Foi um acto intencional. Foi um acto violento. Foi com toda a certeza uma acção violenta. É tudo o que sabemos por ora”, afirmou o autarca, com o comissário de polícia James O’Neil ao seu lado.

“A cidade de Nova Iorque não é alvo de nenhuma ameaça credível e específica de uma organização terrorista", declarou. Ainda assim, a unidade anti-terrorismo do FBI foi mobilizada.

O que Bill de Blasio prometeu é que a segurança nesta cidade de 8,4 milhões de habitantes “será maior do que nunca” para a Assembleia-Geral da ONU, que começa segunda-feira, reunindo durante seis dias chefes de Estado de todo o mundo – incluindo o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa. Mil polícias extra foram mobilizados para garantir a segurança na cidade.

O tablóide New York Post avançava ainda a informação de que alguém está a fazer posts em sites alegando ser o “bombista de NY”. As autoridades estão a investigar a identidade desta pessoa.

As 29 pessoas que ficaram feridas na explosão, registada cerca das 21h locais (1h da manhã de domingo em Lisboa), tiveram já alta hospitalar.

O Departamento da Polícia de Nova Iorque encontrou vestígios de um engenho no local onde ocorreu a explosão, aparentemente um contentor de lixo na 23ª rua, entre a Sexta e a Sétima avenidas. Testemunhas contam que ouviram um barulho ensurdecedor e que as pessoas que iam a passar desataram a fugir.

Cerca de quatro horas depois, as autoridades encontraram outro engenho explosivo numa rua próxima, a 27ª, que foi removido. Segundo os media norte-americanos, tratava-se de uma panela de pressão ligada a um telemóvel, engenho semelhante aos que foram usados no atentado da maratona de Boston eme 2013.

Bill de Blasio tinha dito não haver relação entre o incidente e a explosão, no sábado, de uma bomba artesanal no estado vizinho de Nova Jérsia, no Parque Seaside. Mas agora a polícia está a analisar os três engenhos em conjunto. A bomba de Nova Jérsia explodiu sem fazer vítimas. Foi escondida num caixote de lixo no percurso de uma corrida de 5km organizada pelos Marines e estava programada para explodir no momento em que os participantes iriam passar pelo local. Mas a hora de partida da prova foi adiada e por isso não houve vítimas.

A explosão de Nova Iorque acontece em plena campanha eleitoral, e os candidatos não tardaram em pronunciar-se – até porque Hillary Clinton vive em Nova Iorque e Donald Trump não só vive como é natural de Nova Iorque. Trump foi o primeiro a reagir, anunciando aos seus apoiantes que “uma bomba explodiu” em Nova Iorque. “É uma coisa terrível o que está a acontecer ao nosso mundo. Temos de ser duros, inteligentes e estar vigilante”, disse. Clinton pediu cautela, e realçou que é importante “conhecer os factos” antes de tirar conclusões precipitadas. “É sempre mais sensato esperar até ter informações concretas, antes de tirar conclusões.”

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