EUA pedem desculpa por mentira dos nadadores

Reacção do Comité Olímpico depois de polícia brasileira ter provado que Ryan Lochte e outros três nadadores não foram assaltados.

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Imagem do vídeo de segurança do posto de abastecimento em que se vê os atletas a regressar ao táxi Globo TV/Handout via Reuters

O Comité Olímpico dos Estados Unidos (USOC, na sigla inglesa) pediu desculpa aos brasileiros pelo comportamento dos quatro nadadores que mentiram sobre um assalto no Rio de Janeiro. “O comportamento destes atletas não é aceitável, nem representa os valores do Team USA”, disse Scott Blackmun, director-executivo do USOC, num comunicado publicado nesta quinta-feira à noite (madrugada de sexta em Portugal).

O comunicado surgiu já depois de a polícia brasileira ter que dito que o suposto assalto denunciado pelos quatro nadadores nunca aconteceu e que tudo não passou de uma discussão com seguranças num posto de combustível, onde Ryan Lochte e três companheiros de selecção provocaram estragos.

Jack Conger e Gunnar Bentz, dois dos nadadores envolvidos no caso, já regressaram entretanto aos Estados Unidos e Jimmy Feigen deve fazê-lo em breve – entretanto, este nadador já se disponibilizou a pagar 11 mil reais (pouco mais de três mil euros) a uma organização brasileira de caridade para resolver o assunto, sem ir a tribunal.

Os nadadores ficaram retidos no Rio de Janeiro por ordem de um juiz, até o caso ser esclarecido. Ryan Lochte foi o único que escapou, porque já tinha viajado para os EUA quando foi emitida a ordem judicial.

“Em nome do Comité Olímpico dos EUA, pedimos desculpa aos nossos anfitriões no Rio de Janeiro e ao povo do Brasil por este caso perturbador no meio do que deveria ser a celebração da excelência”, diz ainda o comunicado, sem especificar se os nadadores vão enfrentar alguma consequência por um caso que causou grande irritação às autoridades brasileiras.

Os quatro nadadores norte-americanos, incluindo Ryan Lochte (dono de 12 medalhas olímpicas), disseram que foram assaltados quando regressavam à Aldeia Olímpica no Rio de Janeiro na madrugada de domingo. A história, veio depois dizer a polícia brasileira, estava mal contada e fontes dos serviços de segurança brasileiros contaram à Reuters que não houve qualquer assalto e que os nadadores se envolveram numa discussão com seguranças depois de terem causado estragos num posto de abastecimento.

Imagens de videovigilância do posto de combustível terão permitido à polícia concluir que os nadadores danificaram a porta da casa de banho e que terão discutido com seguranças, quando estes lhes pediram para pagarem os estragos.

Um vídeo transmitido pela TV Globo mostra os nadadores a chegarem num táxi ao posto de combustível e a entrarem num corredor, fora do alcance da câmara. Os atletas despertaram depois a curiosidade dos funcionários do posto, não se percebendo exactamente porquê, e regressam ao táxi, onde são depois abordados por um segurança.

O dono do posto de combustível, em declarações ao jornal O Globo, acusou os nadadores de terem vandalizado as instalações, ao urinarem na parede.

Ryan Lochte, que já está nos EUA, alterou a sua versão dos acontecimentos e disse, numa entrevista à NBC, que o alegado assalto não aconteceu quando estavam a dirigir-se à Aldeia Olímpica, mas numa bomba gasolina, onde os quatro nadadores foram à casa de banho. O atleta contou que quando voltaram para o táxi, o motorista não ligou o carro e foi nessa altura que dois homens se aproximaram com armas e distintivos da polícia e os terão assaltado.

Confrontando com as incongruências no seu depoimento, Lochte justificou-as com o stress causado pelos acontecimentos.

A versão de Lochte, no entanto, foi contrariada por fontes policiais brasileiras. “A única verdade que eles contaram é que eles estavam bêbados”, disse Fernando Veloso, chefe de Polícia Civil, ao portal G1.

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