O ouro fugiu a Phelps e Ledecky fugiu a toda a gente

Prata para o nadador norte-americano na última prova individual disputada no Rio 2016.

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O pódio com quatro atletas, uma imagem rara Dominic Ebenbichler/Reuters
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Phelps felicita Schooling Dominic Ebenbichler/Reuters
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Michael Phelps Dominic Ebenbichler/Reuters
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Phelps felicita Schooling Dominic Ebenbichler/Reuters
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Michael Phelps Dominic Ebenbichler/Reuters
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O sabor da prata para Michael Phelps Dominic Ebenbichler/Reuters

Na última das provas individuais que nadou nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Michael Phelps teve de contentar-se com a medalha de prata. E não só: teve de dividi-la com outros dois nadadores que igualaram o seu tempo nos 100m mariposa. Phelps foi segundo classificado, atrás de Joseph Schooling, e com a mesma marca de Chad Le Clos e László Cseh.

No seu medalheiro particular passou a ter 27 galardões olímpicos (22 de ouro, três de prata e dois de bronze). E amanhã pode acrescentar mais um, já que fará parte da estafeta 4x100m estilos.

Phelps tinha conquistado os 100m mariposa nas últimas três edições dos Jogos Olímpicos, mas não conseguiu repetir nesta prova o que tinha feito na véspera, nos 200m estilos – o norte-americano tornou-se no primeiro nadador da história olímpica a vencer a mesma prova em quatro ocasiões. Na pista 2 do Estádio Aquático Olímpico do Rio de Janeiro, o homem a quem chamam “Bala de Baltimore” era apenas sexto classificado após os primeiros 50 metros da prova. Na segunda metade recuperou posições, mas não o suficiente para ameaçar a liderança de Joseph Schooling, que deu a Singapura o primeiro título olímpico da história.

O nadador de 21 anos cumpriu a prova em 50,39s, estabelecendo um novo recorde olímpico. Foi a primeira medalha de Singapura no Rio 2016, e a primeira de ouro na história – até então, só havia medalhas no ténis de mesa e halterofilismo. “Quando vi o meu tempo fiquei maluco. Fiquei eufórico. Acho que ainda não consegui perceber o que se passou. Que loucura”, disse o novo campeão olímpico.

Atrás de Schooling, Michael Phelps fez uma recuperação que lhe permitiu tocar na parede aos 51,14s. Foi exactamente o mesmo tempo do sul-africano Chad Le Clos e do húngaro László Cseh, pelo que os três nadadores subiram ao segundo lugar do pódio e receberam medalhas de prata.

A noite não começou bem para os favoritos. Pouco antes, nos 200m costas, a húngara Katinka Hosszú viu fugir a possibilidade de conquistar a quarta medalha de ouro no Rio de Janeiro. Apesar de ter comandado a prova desde o início, Hosszú foi ultrapassada nos derradeiros metros pela norte-americana Maya Dirado (2m05,99s) e teve de contentar-se com a prata. A canadiana Hilary Caldwell completou o pódio.

Ledecky contra Ledecky

Mas a melhor nadadora mundial da actualidade não iria desiludir. Katie Ledecky renovou o título olímpico nos 800m livres com um desempenho avassalador que lhe valeu um novo recorde mundial Se, em Londres, tinha terminado a prova com mais de quatro segundos de avanço para a segunda classificada, no Rio de Janeiro essa diferença quase triplicou: Ledecky nadou a distância em 8m04,79s, deixando a britânica Jazmin Carlin, medalha de prata, a larga distância (terminou com 8m16,17s).

Na prova mais longa da competição feminina, Katie Ledecky nadou contra ela própria: destacou-se na frente desde o primeiro metro e bateu, por quase dois segundos, o recorde do mundo que ela própria tinha estabelecido no início do ano. Ainda com 19 anos, Ledecky mostrou toda a sua autoridade na piscina, e no pódio deixou escapar algumas lágrimas de emoção. “Diverti-me muito esta noite. Quis puxar por mim e ver o que conseguia fazer”, confessou. Foi a quinta medalha conquistada pela norte-americana no Rio 2016 e a quarta de ouro.

A derradeira final da jornada consumou um regresso à glória para um nadador que já andou afastado da modalidade mas voltou ao topo. Anthony Ervin, aos 35 anos, tornou-se o nadador mais velho a conquistar o ouro numa prova individual: venceu os 50m livres e repetiu o título 16 anos depois. Pelo meio, esteve afastado das piscinas, mas depois resolveu regressar. Campeão olímpico em Sydney 2000 (viria a leiloar a medalha no eBay para angariar dinheiro e ajudar as vítimas do tsunami de 2004 no Oceano Índico, recolhendo 17.101 dólares – mais de 15.300 euros ao câmbio actual), o norte-americano tornou a brilhar no Rio de Janeiro e, com um registo de 21,40s, subiu ao lugar mais alto do pódio. “É quase absurdo que tenha conseguido voltar a fazê-lo”, admitiu.

A diferença a separar o ouro da prata foi um escasso centésimo de segundo: o francês Florent Manaudou, que era campeão olímpico em título, foi batido e teve de contentar-se com a medalha de prata. Outro norte-americano, Nathan Adrian, ficou com o bronze.

A final dos 50m livres femininos, que será disputada neste sábado, ficou definida com a dinamarquesa a ser a mais rápida das mais-finais (24,28s). A norte-americana Simone Manuel, que na véspera ganhou os 100m livres – empatada com a canadiana Penny Oleksiak – obteve o sexto melhor tempo e apurou-se para a final, assim como a brasileira Etiene Medeiros.

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