Marcelo e Costa a caminho do Funchal

O Presidente da República parte esta noite para o Funchal e o primeiro-ministro amanhã, apesar de Miguel Albuquerque ter dito que situação é "complicada, mas não catastrófica".

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Costa e Marcelo articularam as viagens à Madeira Daniel Rocha

Ainda hoje, ao final do dia, o Presidente da República parte de Falcon para o Funchal, apurou o PÚBLICO para visitar as populações afectadas pelos incêndios. A viagem inviabilizará a reunião semanal com o primeiro-ministro, que estava agendada para as 19h.

No dia seguinte, será António Costa a deslocar-se para a Ilha da Madeira, tendo já agendadas reuniões de trabalho com o Governo Regional e os presidentes das autarquias afectadas.

A decisão foi concertada entre os dois políticos, que têm falado em permanência. Seguirão separados até porque irão em missões diferentes. O Presidente da República segue numa missão mais representativa e António Costa segue numa missão executiva. O mesmo é dizer que o primeiro-ministro só vai amanhã quando já houver um levantamento da situação na Madeira para poder dar resposta. O ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, segue com António Costa para em conjunto poderem avaliar o que for pedido pelo Governo Regional da Madeira. 

Costa só segue amanhã, justifica o gabinete do primeiro-ministro, uma vez que hoje ainda não seria possível ao Governo Regional ter um levantamento completo da situação e porque, tratando-se de uma região autónoma, tem de haver um pedido formal de ajuda.

Ao mesmo tempo que o primeiro-ministro segue para a Madeira, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, inicia um roteiro pelo país, seguindo de imediato para Águeda e Arouca. 

A decisão dos dois governantes foi tomada apesar de Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, ter dito hoje, em conferência de imprensa, que a situação na ilha é “complicada, mas não catastrófica”.

“Queremos o mais rapidamente possível voltar à situação de normalidade” declarou o chefe do executivo madeirense, anunciando que na reunião de emergência que o governo vai realizar ao início da tarde será delineada uma “estratégia para a reposição rápida da normalidade, que passa por criar condições de normalidade e imagem de normalidade da Madeira”.

Segundo o líder insular existem “situações graves”, mas, no seu entender, não pode ser criada “uma situação de culto do alarmismo, visto que a Madeira é uma terra turística e é necessário manter alguma serenidade”.

Na reunião do executivo madeirense, será tomada “um conjunto de providência no sentido de avançar com uma perspetiva de reconstrução, reposição dos danos e reforço da promoção turística”, afirmou.

O presidente do Governo também referiu que um suspeito de fogo posto, detido pela Polícia Judiciária na zona de S. Roque, ficou em prisão preventiva.

Miguel Albuquerque anunciou existir um outro caso de duas pessoas que foram detidas em flagrante delito, tendo uma fonte da PJ confirmado à Lusa que foram identificadas numa operação desenvolvida pela Polícia de Segurança Pública, no concelho da Calheta.

A Madeira foi assolada por vários incêndios desde segunda-feira que provocaram três mortos no Funchal, centenas de desalojados, dezenas de casas destruídas e avultados danos materiais.

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