Derrocada em praia de Albufeira não fez vítimas

Derrocada registou-se pouco antes das 13h na praia Maria Luísa, em Albufeira.

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Praia Maria Luísa, neste domingo, após a derrocada Filipe Farinha
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Praia Maria Luísa, neste domingo, após a derrocada DR
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Praia Maria Luísa, neste domingo, após a derrocada DR
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Praia Maria Luísa, neste domingo, após a derrocada DR

Ao contrário do que chegou a ser noticiado, a derrocada na praia Maria Luísa, em Albufeira, neste domingo, não terá provocado vítimas, segundo o Comandante Operacional do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro, Vaz Pinto. Também o capitão do Porto de Portimão, Santos Pereira, confirmou ao PÚBLICO que de acordo com testemunhas no local não havia ninguém a passar por ali.

Neste momento, há uma equipa de mergulhadores está a demarcar a zona onde se deu o acidente para que logo que o mar permita uma máquina retroescavadora possa retomar os trabalhos – parados por causa da subida do mar.

O local do incidente é uma zona de passagem entre a praia Maria Luísa e a de Santa Eulália, acessível durante a maré baixa, mas a maré não estava baixa, como relataram testemunhas ao PÚBLICO.

À mesma hora da derrocada, pouco antes das 13h, uma embarcação marítima turística com seis pessoas a bordo ficou retida no interior de uma gruta, na praia de Benagil, Lagoa. Os Bombeiros Voluntários de Lagoa confirmaram ao PÚBLICO que resgataram 6 pessoas (3 adultos e 3 crianças). Com o mar agitado não foi possível o grupo sair sem o socorro dos salva-vidas, ajudados por uma moto de água, tendo sido depois encaminhado para o centro de saúde.

Na praia Maria Luísa estão 33 elementos das forças de protecção e socorro, apoiados por 15 meios terrestres, refere a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) na sua página de Internet. Já em Benagil a operação de "busca e resgate aquático", como a classifica a ANPC, está em fase de "conclusão", informa o site.

A arriba da praia Maria Luísa que cedeu não estava identificada como sendo de risco iminente, disse o director regional da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à Lusa. Segundo Sebastião Teixeira, as arribas "são, por natureza, instáveis" e, por isso, "podem cair a qualquer momento", sendo que 80% caem devido à acção directa do mar e da chuva, enquanto 20% é por atingirem o limite. "Pode acontecer a qualquer momento uma arriba desmoronar sem aviso prévio, como aconteceu hoje", frisou o responsável.

O risco que as pessoas correm ao frequentarem zonas assinaladas como perigosas é "uma decisão pessoal", disse ainda, chamando a atenção para o número de banhistas que continuam a desrespeitar os avisos que assinalam a instabilidade de algumas arribas.

A 21 de Agosto de 2009, um desmoronamento na praia Maria Luísa resultou na morte de cinco pessoas e ferimentos em outras duas, no que constituiu o maior acidente com arribas no país desde que há registos oficiais. A derrocada deste domingo aconteceu do lado oposto. 

"Infelizmente, continua a ser frequente a permanência de pessoas em locais de risco de queda das falésias nas praias, apesar dos avisos colocados e que identificam as zonas de perigo", dizia à agência Lusa, no final de Julho, o comandante Santos Pereira, da Capitania do Porto de Portimão. De acordo com este responsável, a Autoridade Marítima "não pode autuar as pessoas, mas apenas alertar para os riscos que correm ao permanecerem nas zonas perigosas".

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