Marcelo confiante que fundos estruturais não serão cortados

Presidente acredita que as instituições europeias vão “perceber que cortar fundos é criar mais dificuldades à própria Europa”.

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Segunda edição do Portugal Próximo é dedicada a Trás-os-Montes Manuel Roberto

As sanções serão um pró-forma e os fundos do Portugal 2020 vão chegar intactos. É a convicção do Presidente da República no dia em que a Comissão Europeia anuncia formalmente que dará um prazo de três semanas a Portugal e Espanha para que apresentem medidas que garantam o cumprimento do défice de 3% este ano.

“Suceda o que suceder nas próximas semanas, tenho a convicção de que os fundos estruturais não serão cortados”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas em S. Martinho de Anta, terra de Miguel Torga, onde inaugurou o espaço cultural de homenagem ao poeta transmontano e onde trocou algumas palavras de circunstância com o ex-primeiro-ministro José Sócrates.

“As sanções, se são para punir o Governo de Passos Coelho, são injustas, porque esse Governo fez tudo o que lhe foi pedido para cumprir as regras europeias. Se são para punir o Governo de António Costa, são prematuras, porque é cedo para saber se as previsões do executivo estão certas ou erradas”, disse, quando questionado se as pressões das instâncias europeias pretendiam punir o Governo de esquerda.

Marcelo reforçou a sua convicção de que os fundos estruturais não serão cortados: “As sanções, se as houver, serão um pró-forma, serão sanções zero ou algo parecido”, disse, depois de ter insistido na existência de um “consenso nacional” contra as sanções europeias por violação, ao nível do défice, do Tratado Orçamental em 2015.

Questionado sobre os fundamentos desta sua convicção, o Presidente apelou ao bom senso: “Sou uma pessoa sensata. E por isso acredito que a Europa perceberá, mais semana menos semana, que cortar fundos estruturais é estar a criar mais dificuldades à própria Europa”.

Unidade de missão para o Douro

De qualquer forma, Marcelo deixou avisos aos governantes locais e nacionais: “Os fundos do Portugal 2020 vão chegar, mas é preciso serem bem usados e bem aplicados”. Por isso reforçou o apelo à criação de uma unidade de missão para o Douro.

Aliás, Marcelo Rebelo de Sousa deu o pontapé de saída desta segunda edição do Portugal Próximo na manhã desta segunda-feira, em Santa Marta de Penaguião, desafiando as autoridades da região a criar uma unidade de missão para o Douro. Ou vice-versa.

Num lugar chamado Conceiro, no cimo de um monte onde uma escola primária desactivada há 12 anos foi transformada em habitação social para três famílias necessitadas, Marcelo e o presidente da câmara, Luís Machado, falaram a uma só voz sobre a necessidade dessa conjugação de esforços para melhor poder aproveitar os fundos do Portugal 2020.

“É preciso que alguém coordene tudo, que fale com as autarquias, os produtores, os exportadores, a Comissão de Coordenação do Norte, os especialistas em turismo e ver o que é importantes fazer”, justificou Marcelo. “É preciso um plano que abranja o que é possível e junte esforços”, frisou, lamentando o “nosso defeito” nacional de “cada um puxar para seu lado e termos dificuldade em juntar tudo”.

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