Sonae entre grandes empresas europeias que alertam para consequências do "Brexit"

O grupo português faz parte de uma lista de 51 companhias que assinaram carta aberta a defender uma Europa unida e um mercado único.

A menos de um mês do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, um grupo de 51 grandes empresas juntou-se ao coro de vozes que tem alertado para os riscos de um Brexit, no mesmo tom de avisos já dados pelo FMI e pelo G7.

“Desde o início desta década, a Europa tem tido desafios – problemas com o euro, terrorismo, migração e agora as consequências de um potencial Brexit”, lê-se numa carta aberta, assinada pelos membros de um grupo chamado Mesa Redonda dos Industriais Europeus, entre os quais estão operadores de telecomunicações (Grupo Vodafone, Orange, Telefónica), petrolíferas (Shell, BP), tecnológicas (Nokia, Siemens, Philips) e também a portuguesa Sonae (proprietária do PÚBLICO).

Na carta, intitulada “Por que é que a Europa importa”, as 51 empresas optaram por frisar os benefícios de uma Europa unida. “A União Europeia é a maior economia do mundo e o maior bloco comercial (…) Esta escala dá-nos um poder negocial tremendo nas negociações internacionais, bem como a capacidade de defender os nossos empregos e indústrias contra ameaças exteriores”. O documento argumenta também que o “desmantelar do mercado único e das regras que governam os 28 países reduziria, em vez de aumentar” a prosperidade económica e que “uma Europa sem o Reino Unido seria mais fraca, tal como o próprio Reino Unido seria mais fraco fora da Europa”. 

Os receios face a uma possível saída têm vindo a avolumar-se. As sondagens dão conta de uma população muito dividida para o referendo de 23 de Junho, convocado pelo primeiro-ministro David Cameron (que tem feito uma activa campanha a favor da permanência) para cumprir uma promessa eleitoral. Uma sondagem do jornal The Guardian, divulgada nesta terça-feira, indicava uma vitória dos defensores da saída, com 52% dos inquiridos a afirmar que votariam nesse sentido.

O tipo advertência lançado agora pelos industriais europeus não é novo. Ainda na semana passada, os líderes do G7 referiam, no final de uma cimeira no Japão, que “a saída do Reino Unido da União Europeia reverteria a tendência para uma melhoria do comércio e do investimento a nível global, para os empregos daí criados e representaria um risco grave para o crescimento”. Em Fevereiro, o G20 fizera um alerta semelhante e também o FMI já se referiu aos riscos de uma saída para a economia global.

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