Autarcas pedem isenção de portagens no Marão

A cobrança de portagens sempre esteve prevista. Mas possibilidade de baixaram nas SCUT deu alento aos autarcas para reclamar os mesmos benefícios

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Uma das fases da obra do túnel do Marão Paulo Pimenta

Quando nos primeiros minutos do próximo domingo passar o primeiro veículo no túnel do Marão, depois da cerimónia de inauguração oficial que vai contar com a presença de Antonio Costa na tarde de sábado, irá ser-lhe cobrada uma tarifa de portagem de 1,95 euros, se for um veículo de classe 1, ou 4,90€, se for um veículo da classe 4. Já percorrer toda a extensão da Auto-estrada Transmontana, entre o Porto e Quintanilha pela A4 vai custar 7,30 euros para veículos classe 1 e 18,25 para veículos classe 4.

Ao contrário das antigas Scut, cujos projectos foram lançados e as estradas construídas no pressuposto de não haver cobrança de portagens, no caso da Auto-estrada Transmontana e do túnel do Marão o pagamento sempre esteve previsto. Mas na véspera de começarem a ser cobradas, arranca o debate sobre a abolição das portagens, à boleia da discussão pública que se instalou acerca da redução de portagens nas auto-estradas do interior.

No caso da Auto-estrada Transmontana, as portagens estão previstas para as variantes de acesso a Vila Real e a Bragança. E foram precisamente os autarcas destas duas cidades que, aos microfones da TSF, apresentaram os seus argumentos a favor do adiamento da cobrança. “A auto-estrada 4 não tem nenhum alternativa. Usar o IP5 significa uma regressão de mais de 40 anos”, afirmou Hernâni Dias, presidente da Câmara de Bragança, eleito pelo PSD, acrescentando que a auto-estrada foi a ultima a ser construída, e que a população por ela servida já foi prejudicada. Raul Santos, autarca de Vila Real, eleito pelo PS, defende as portagens no túnel, “porque tem alternativa”,  mas contesta a cobrança no troço entre Vila Real e Bragança, usando também o argumento de que foram os últimos a beneficiar da auto-estrada, nunca tendo chegado a beneficiar de nenhuma isenção.

Ao PÚBLICO, fonte oficial da Infra-estruturas de Portugal, que é a dona das duas obras, recorda que a aplicação de portagens se justifica, por se tratar de um troço de auto-estrada integralmente novo, e porque se mantém em serviço “o itinerário alternativo pré-existente, o IP4, entre Amarante e Vila Real. “Não obstante o apoio comunitário, a sua manutenção em serviço exige um esforço financeiro significativo, justificando-se a necessidade que seja partilhado com os utilizadores e beneficiários directos”, refere a mesma fonte.

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