A socialista Sónia Sanfona desiste alegando pressões

Elza Pais é a única candidata ao Departamento das Mulheres Socialistas.

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A socialista ao lado de companheiros do partido numa reunião com o PSD Rui Gaudêncio/Arquivo

Assumindo em conversa com o PÚBLICO que foi pressionada a desistir, Sónia Sanfona optou por não se candidatar a presidente do Departamento Nacional de Mulheres Socialistas, cuja eleição decorre em simultâneo com a do secretário-geral do PS, a 20 e 21 de Maio.

Com a desistência desta ex-deputada que integrou a direcção da bancada socialista na Assembleia da República durante a liderança partidária de António José Seguro, a única candidata ao Departamento das Mulheres Socialistas é Elza Pais, que já formalizou a sua candidatura.

Elza Pais foi presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género durante o primeiro Governo de José Sócrates e subiu a secretária de Estado da Igualdade após a reeleição de Sócrates em 1999. Elza Pais foi, desde o Verão de 2014, assumidamente apoiante de António Costa e a sua candidatura é interpretada como próxima da actual direcção.

“Não me considero uma desistente e continuo a ter uma ideia clara sobre o que deve ser o Departamento das Mulheres, mas não posso compactuar com pressões”, declarou ao PÚBLICO Sónia Sanfona, que explicou qual era a essência do seu projecto e o que o diferencia do de Elza Pais. “A linha da Elza Pais é avançar para um Departamento de Igualdade de Género, mas eu acho que ainda faz sentido a existência de um Departamento das Mulheres, pois as mulheres ainda têm de se afirmar na política.”

Sónia Sanfona explicou ao PÚBLICO que foi abordada “para haver só uma candidatura” e para que integrasse o projecto de Elza Pais. “Rejeito ser considerada divisionista, facciosa, e creio que por todo o país as minhas camaradas devem ter liberdade de escolha”, afirmou Sónia Sanfona, justificando a sua desistência com a sua incapacidade de aceitar pressões. “Não posso compactuar que haja pessoas a serem abordadas e questionadas pelo país fora por apoiarem a minha lista, a eleição devia ser transparente e democrática.”

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