EUA enviam mais 250 militares para o combate ao Estado Islâmico na Síria

Presidente norte-americano reforça substancialmente presença militar dos EUA na Síria. Novo contingente continuará afastado dos combates e deve tentar recrutar grupos sunitas árabes.

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Presidente americano anunciou o reforço militar antes de uma minicimeira com líderes europeus. Jim Watson/AFP

Barack Obama anunciou esta segunda-feira em Hanôver que se prepara para enviar mais 250 militares norte-americanos para a Síria para reforçar o contingente de cerca de 50 soldados e elementos das forças especiais que já operam no terreno contra o grupo Estado Islâmico. O Presidente norte-americano assegurou que, tal como acontece com o destacamento actual, o novo contingente não estará na frente de combate contra os jihadistas, mas sim em funções de apoio e treino às forças locais que nos últimos meses têm roubado terreno aos extremistas.

“Dado o sucesso [da estratégia], aprovei o envio de até 250 novos funcionários militares para a Síria, incluindo forças especiais que mantenham este ímpeto”, disse Obama, no último dia de uma campanha diplomática pelo Médio Oriente e Europa. O Presidente norte-americano não detalhou a composição do novo contingente — quantos são médicos, funcionários de logística e recolha de informação, ou forças especiais —, nem tão pouco com que grupos armados vão colaborar.

Até ao momento, as forças especiais norte-americanas na Síria colaboraram sobretudo com grupos curdos no Norte do país, os mais eficazes no combate ao grupo Estado Islâmico — só os curdos conquistaram cerca de 16% do território dos jihadistas na Síria nos últimos meses. Segundo o Wall Street Journal, porém, o novo contingente norte-americano tentará sobretudo treinar e recrutar grupos árabes sunitas para a batalha contra os jihadistas — e não tanto curdos, que a Turquia, membro da NATO, considera terroristas e contrários aos seus interesses.

Washington assegura que as suas forças especiais na Síria não participam directamente nos combates, apesar de se movimentarem perto da linha da frente, para melhor coordenarem avanços e bombardeamentos aéreos da coligação ocidental — como demonstra um recente documentário da France 24, que avistou estes militares. Obama assegurou esta segunda-feira que a estratégia se mantém: “Não estarão na liderança dos combates, mas serão essenciais no treino e assistência a forças locais para que continuem a combater o Estado Islâmico.”

Os Estados Unidos desempenham funções semelhantes no combate ao Estado Islâmico no Iraque, embora com muito mais meios e em colaboração com o Exército iraquiano. Falando nesta segunda-feira a uma plateia em que se encontrava a chanceler alemã Angela Merkel, Obama pediu à Europa e à NATO que fizessem mais para combater os extremistas — já vários países europeus participam na coligação aérea, por exemplo. “Apesar de os países europeus já fazerem contribuições importantes contra o Estado Islâmico, a Europa, incluindo a NATO, pode fazer ainda mais.”

As declarações de Barack Obama em Hanôver antecedem uma minicimeira com Merkel, o Presidente francês e os primeiros-ministros britânico e italiano, por volta da hora do almoço. Os líderes devem discutir assuntos como segurança europeia contra o terrorismo, estratégia para a Síria e refugiados. 

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