Novo sismo no Equador

O terramoto de sábado passado fez 525 mortos - há 1700 desaparecidos.

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Mais de 20 mil pessoas estão a dormir em abrigos improvisados nas ruas Guillermo Granja/Reuters

Um novo sismo, este de magnitude 6,2 na escala de Richter, voltou a sacudir esta quarta-feira o Equador, onde 525 pessoas morreram e 1700 desapareceram devido a um terramoto no sábado.

Em estado de alerta máximo, o Equador tem enfrentado uma série de réplicas do primeiro sismo que chegou aos 7,8 na escala de Richter. A desta querta-feira, pela sua intensidade, foi classificada de novo sismo. O seu epicentro foi na mesma zona, a 70 quilómetros da cidade portuária de Esmeraldas, a uma profundidade de dez quilómetros, segundo informações do Centro de Alerta de Tsunami no Pacífico à Reuters.

Várias testemunhas contaram à mesma agência que sentiram dois abalos, com um intervalo de 30 segundos, o que levou a que as pessoas saíssem para as ruas. O novo sismo não foi sentido na capital do país, Quito. As autoridades equatorianos ainda não informaram se existem vítimas ou danos. 

As cidades de Pedernales, Portoviejo, Manta e Sucre são as mais afectadas pelos estragos causados pelo terramoto do último sábado. Até ao momento, a prioridade do Governo equatoriano tem sido as áreas mais afectadas. No entanto, existem várias aldeias e cidades isoladas, onde os sobreviventes estão sem acesso a água, energia ou transportes, apesar de a ajuda começar a chegar.

Segundo o Governo, mais de 20 mil pessoas estão a dormir em abrigos provisórios e muitas permanecem nas ruas, com medo de novos sismos. “Entendemos essa situação, mas isto não pode perdurar muito tempo”, afirmou o Presidente Rafael Correa, citado pelo diário espanhol El País. O Presidente equatoriano considera ainda que os abrigos construídos são “temporários”, uma vez que é necessário “derrubar essas estruturas que estão em mau estado e reconstruir novas casas para as famílias que as perderam”.

O presidente da câmara de Muisne, ilha situada próximo do epicentro do terramoto, afirmou que os habitantes locais foram encaminhados para abrigos temporários nas proximidades. “Perdemos tudo o que adquirimos ao longo de anos de trabalho. Sentimo-nos completamente abandonados”, afirmou a uma rádio local. “Precisamos que o Governo nos recoloque”, acrescentou.

Cerca de 400 especialistas estrangeiros em resgates chegaram esta terça-feira ao país, oriundos sobretudo de países vizinhos na América Latina. Também da Suíça e de Espanha chegaram 83 especialistas. Os Estados Unidos reiteraram que irão enviar especialistas para o local, enquanto Cuba disponibilizou-se para enviar médicos.

A Cruz Vermelha espanhola estima que dez mil pessoas necessitam de assistência, e a UNICEF alertou para o facto de cerca de 150 mil crianças terem sido afectadas pelo terramoto. 

O Presidente equatoriano estimou que a reconstrução do país pode custar três mil milhões de dólares (cerca de 2650 milhões de euros), o que constitui 3% do PIB do Equador. “É uma luta longa, por isso não podemos desanimar”, afirmou, citado pelo El País. “Temos de reconstruir Pedernales, Portoviejo, Manta… Isso levará meses, anos, e custará centenas, talvez milhares de milhões de dólares”.

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