Jerónimo de Sousa e Catarina Martins deixam recados ao Governo

O PCP não aopiará políticas de agravamento fiscal e o BE não quer contribuintes a salvar bancos.

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Jerónimo de Sousa Raquel Esperança

O recado veio num domingo soalheiro, antecipando a tempestade que pode estar a preparar-se por causa de eventuais medidas adicionais para Bruxelas: Jerónimo de Sousa avisa que o PCP não está disponível para apoiar políticas de agravamento fiscal e realça a importância de aumentar a capacidade produtiva nacional.

Em Vila Real de Santo António, onde foi inaugurar o novo centro de trabalho do PCP, o líder comunista deixou a receita – investimento para “produzir mais riqueza e distribuí-la melhor” – e o aviso de que a política fiscal tem que apertar o cerco não aos trabalhadores e pequenas empresas, mas aos “grandes interesses, grandes negócios e grandes fortunas”.

Jerónimo criticou a possibilidade de a União Europeia exigir mais receita estatal e deixou o recado ao PS. “É a grande opção: libertarmo-nos ou submetermo-nos.” Lembrou que as instâncias europeias já “reconheceram os efeitos devastadores que existiram no plano social nesses quatro anos”, mas poderão acabar por insistir na “mesma receita: aumento da exploração, do empobrecimento, olhando para os salários e rendimentos dos trabalhadores, a legislação laboral”. “No fundo, nós nunca tivemos uma saída limpa.”

Catarina Martins, porta-voz do Bloco, também criticou, num encontro de jovens do partido, o facto de os “mais ricos dos ricos nunca serem chamados a pagar nada do que devem” enquanto “quem vive do seu trabalho é sempre chamado a pagar muito mais do que a sua parte”. Considerou que Portugal tem “uma banca que é um constante risco”, que o sector é um assunto “sério demais para ser deixado na mão de banqueiros privados” e avisou: "Os banqueiros espanhóis e angolanos não são capazes de se entender e o risco do seu não entendimento pode vir a ser um risco para os contribuintes.”

A dirigente garantiu que o BE está tão empenhado no acordo da maioria parlamentar hoje como no dia em que o assinou mas também que o partido nunca irá admitir que se obrigue os contribuintes a pagar para “salvar os bancos”.

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