Taxistas apelam à solidariedade da população na "luta contra a Uber"

Associações do sector vão fazer circular manifesto na semana de luta marcada para o final deste mês.

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Os representantes dos taxistas querem o fim da Uber em Portugal Fernando Veludo/NFactos (arquivo)

As associações do sector dos táxis vão apelar à população para se solidarizar na "luta contra a Uber", exigindo ao Governo que acabe com aquele serviço de transporte privado, segundo um manifesto a que a agência Lusa teve acesso.

No manifesto, que será distribuído a partir do dia 22, a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (Antral) e a Federação Portuguesa do Táxi (FPT) defendem que a Uber é ilegal porque "não respeita, não obedece, nem se submete às regras legais que em Portugal disciplinam a actividade do transporte em táxi".

As associações referem ainda que aquela plataforma (disponível através de uma aplicação online) cobra o que entende e aumenta os preços em épocas de maior procura, lê-se no manifesto que foi entregue nesta quinta-feira ao Governo e ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT).

As viaturas "não estão equipadas, identificadas, nem licenciadas [...] ou autorizadas para a actividade que executam", acusam ainda a Antral e a FPT, acrescentando que os condutores não têm certificado profissional para o exercício da actividade.

Segundo as associações, nenhum dos intervenientes na actividade da Uber — angariador de serviços, proprietário da viatura e condutor — paga impostos ou segurança social, tal como não é abrangido pelos seguros obrigatórios por lei para o sector do transporte de passageiros. Por tudo isso, exigem ao Governo a "actuação adequada à eliminação de uma actividade que é ilegal" e pedem a "ajuda de todos os cidadãos" neste processo.

Ao longo dos últimos meses, os taxistas têm vindo a intensificar o protesto contra o serviço da Uber. Em Março, o Ministério do Ambiente (que tutela esta área) apresentou um pacote de dez medidas para a modernização do sector do táxi, num investimento de 17 milhões de euros, mas os taxistas consideraram tratar-se de uma moeda de troca para abrir a porta à regulamentação da Uber.

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