Um “diamante”. Foi este o termo que o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, usou para se referir a Fernando Mendes, antigo futebolista e treinador do clube, que faleceu na tarde desta quinta-feira, vítima de doença prolongada, aos 78 anos.

“Era um homem bom que se distinguia por ser bom condutor de homens. Até sempre Fernando Mendes porque, como todos falámos em Antuérpia, os diamantes são eternos. No dia em que se inaugurou a Cidade do Futebol, foi o mundo do futebol que ficou mais pobre”, escreveu o líder "leonino" na sua página oficial do Facebook, ao mesmo tempo que agradeceu o contributo do ex-médio para colocar o clube como “maior potência desportiva nacional”.

Como jogador, Fernando Mendes ergueu o único troféu europeu do Sporting, naquele que foi o ponto mais alto de uma carreira curta como jogador, mas recheada de êxitos, entre os quais se contam três títulos nacionais (1957/58, 1961/62 e 1965/66) e uma Taça de Portugal (1962/63).

O médio envergou a camisola da selecção nacional por 21 vezes, tendo sofrido uma grave lesão no joelho aos 27 anos, no dia 25 de Abril de 1965, em Bratislava, frente à Checoslováquia, lesão essa que o impediu de participar no Mundial de 1966, em Inglaterra, embora tivesse integrado a comitiva por decisão do seleccionador Otto Glória, que alegou a importância do capitão dos "leões" no grupo.

Após um ano de inactividade, ainda voltou aos relvados ao serviço do Sporting, mas com as sequelas da lesão nunca mais voltou a ser o mesmo jogador, tendo terminado a carreira ao serviço do Atlético.

Como treinador principal, sagrou-se campeão nacional em 1979/80 pelo Sporting e foi treinador adjunto do inglês Keith Burkinshaw em Alvalade durante duas épocas, em 1986/87 e 1987/88, além de ter sido treinador interino em várias ocasiões, a última em 2000/01, após o despedimento de Augusto Inácio.