Banco de Portugal admite venda directa do Novo Banco ou alienação em bolsa

Seja qual for a solução, serão privilegiadas entidades que já operam no sector financeiro.

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O Banco de Portugal (BdP) anunciou nesta quinta-feira os novos termos para a venda do Novo Banco, depois de a primeira tentativa de alienar a instituição (que resultou da cisão do antigo Banco Espírito Santo) ter fracassado. O processo, diz o BdP em comunicado, deverá seguir duas vias em paralelo: a alienação directa a investidores estratégicos ou a venda de acções em bolsa.

As condições para a venda da participação detida pelo Fundo de Resolução no Novo Banco agora formalizadas estão avaliadas e a escolha da via a seguir “será feita em momento futuro”. Entretanto, estão já a decorrer contactos com investidores estratégicos e institucionais para avaliar o seu interesse em participar numa das duas soluções.

A instituição liderada por Carlos Costa está a trabalhar em duas vias e seja qual for o caminho seguido, fica claro que serão privilegiadas entidades que já estejam no sector financeiro.

Uma das vias que está a ser estudada passa pela venda directa a “investidores estratégicos que sejam instituições de crédito, empresas de seguros e/ou que já detenham directamente, ou sob gestão, participações accionista qualificadas em instituições de crédito e/ou em empresas de seguros”.

A outra hipótese passa pela venda em mercado que “pode resultar na colocação de acções junto de investidores institucionais e, eventualmente, numa oferta pública de acções do Novo Banco”. Este procedimento, acrescenta o BdP, “poderá envolver um ou mais investidores designados de cornerstone investors, que celebrem um compromisso de compra de uma determinada percentagem de acções, em momento anterior à oferta pública”.

A primeira tentativa de venda do Novo Banco fracassou no Verão passado, depois de negociações com os chineses da Anbang e da Fosun e com a norte-americana Apollo. Em meados de Janeiro, o Banco de Portugal anunciou o relançamento do processo “conforme acordado entre as autoridades nacionais e a Comissão Europeia”.

O banco liderado por Stock da Cunha tem de ser vendida no máximo até agosto de 2017, depois de a Comissão Europeia ter estendido por um ano a data para a sua alienação. O banco teve resultados negativos de 981 milhões de euros em 2015, tendo justificado mais de metade do prejuízo ainda com o 'legado' do BES.

O Novo Banco foi criado no início de Agosto de 2014, na sequência da resolução do Banco Espírito Santo, como banco de transição, detido na totalidade pelo Fundo de Resolução bancário, que está, por seu lado, na esfera do Banco de Portugal.

 

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