As respostas dos leitores sobre TPC

O PÚBLICO lançou este desafio aos leitores: Se tiver filhos a estudar no 1.º ciclo, fica aqui o apelo à sua colaboração: quantos trabalhos para casa lhes foram passados na escola para realizar durante as férias da Páscoa? Recebemos cerca de 50 respostas. Ei-las na íntegra, por ordem de chegada.

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Adriano Miranda

Paulo Nossa, 21 de Março

“Sou pai e docente. Neste caso, apresento a minha experiência como encarregado educação de duas gémeas do 5.º ano do ensino básico (2.º Ciclo) onde, penso, as coisas já atingem algum descontrolo.

Estamos a enveredar por um caminho onde os docentes procuram demonstrar às famílias a sua competência e importância disciplinar através do nº de tarefas – algumas das quais perfeitamente dispensáveis. Fomos do 8 para o 80, sem qualquer coordenação entre os diferentes professores e ou das limitações temporais dos pais.

TPC Páscoa 2016:

Português: 21 páginas de texto + exercícios; cópia da correcção do teste que será enviado pela docente durante as férias via email; uma BD em grupo com outra aluna da turma (terei que arranjar transporte e horário compatível);

Matemática: 3 exercícios;

Inglês: copiar o último teste e copiar correcção do teste;

Como estão no ensino articulado: 3 pautas para estudo/treino de piano” 

Susana Canhoto, 22 de Março

A minha filha frequenta o 3.º ano de escolaridade numa escola privada estrangeira em Lisboa. Durante a semana costuma ter trabalhos para fazer em casa, normalmente  trabalhos que devem ser concluídos em 45 minutos.

Ao fim de semana só muito raramente tem trabalhos de casa. Nas férias não tem.

Eu acho que os TPC não são essenciais à aprendizagem. Os trabalhos devem ser feitos em sala de aula. A consolidação dos conhecimentos pode ser feita de forma lúdica com os pais, se assim o entenderem, em casa ou em momentos posteriores na aula.

Em situações pontuais, associadas a dificuldades de aprendizagem ou outras, os TPC podem ser importantes, mas não creio que devam ser uma regra aplicada cegamente a todos por igual.”

Silvina Cruz, 22 de Março

“Tenho uma filha no 2.º ano do 1.º ciclo e apesar de ser apologista de trabalhos de casa dados com moderação acho que o grupo de professores exagerou nos trabalhos para férias: 18 fichas para duas semanas de férias. Nem fazendo uma ficha todos os dias terminará. Fica a questão: Será que as crianças também podem brincar sem pensar em TPC todos os dias?” 

Rita Carvalho, 22 de Março

“Considerando as questões colocadas “quantos trabalhos para casa lhes foram passados na escola para realizar durante as férias da Páscoa? Costuma ajudá-los nesta tarefa? Pensa que os TPC ajudam a ter melhores resultados?”

  1. Uma página por dia;
  2. Costumamos deixá-lo fazer e depois vemos com ele. Quando tem dúvidas primeiro tentamos que as consiga ultrapassar sozinho e só em caso de manifesta incapacidade o ajudamos;
  3. Não tenho opinião formada. Acho que ajudam a consolidar a matéria dada, como de uma revisão se tratasse. O meu marido acha que é demasiado acrescentar TPC a um dia com tantas horas de sala de aula. A turma dele é uma turma com muito bons resultados. No 1.º ano tinha muito mais TPC e fomos alertados para isso, logo no início do ano, pelo professor, que também disse que depois iam diminuindo, numa perspectiva de responsabilidade e compromisso. Este ano (2.º) tem muito menos e com muito menos frequência. Se os bons resultados se deveram a isso ou às características dos meninos, do professor, do meio envolvente, não sei, mas diria que é uma mistura de todas”. 

Marta Luís, 22 de Março

“Sou Encarregada de Educação de uma menina de 6 anos, que frequenta o 1.° ano do 1.°ciclo do ensino básico. Normalmente, traz TPC, que variam entre trabalhos que não teve tempo de terminar na sala de aula (há um programa para cumprir), pequenas fichas, que variam entre Português, Matemática e Estudo do Meio. Infelizmente, nem sempre a consigo acompanhar, ela sai às 17h30, eu às 19h30. O pai, por vezes, sai às 17h, ele acompanha-a de forma a adiantar o máximo possível, para não ficar nada para a noite, pois volta a ir trabalhar às 21h.

Quando fica com os avós, os TPC são realizados comigo, já perto da hora de jantar. Para estas férias tem: 1 ficha de matemática frente e verso, 1 ficha de português frente e verso, várias cópias e palavras soltas para formar frases e treinar a caligrafia, números por extenso do 0 ao 79.

Considero que os TPC devem ser adequados às necessidades de cada aluno. Se tem mais dificuldades a uma determinada disciplina ou conteúdo é isso que deve trabalhar. Não concordo com TPC demasiado longos durante a semana, mas sim ao fim-de-semana, para que o aluno consiga consolidar a matéria leccionada durante a semana.

Seria importante que, principalmente no 1.° ano, existisse uma coordenação entre professores e encarregados de educação, nomeadamente, sobre a rotina dos alunos pós-horário escolar, para que melhor se consiga adaptar as necessidades mas também as possibilidades de cada um. Pois desde actividades extracurriculares, a ATL, a avós, pais com horários tardios, seria importante criar um equilíbrio.” 

Jorge Fontes, 22 de Março

“Quantos trabalhos para casa lhes foram passados na escola para realizar durante as férias da Páscoa? Ler um livro da sua escolha e responder a três questões sobre o livro

Costuma ajudá-los nesta tarefa? Sim

Pensa que os TPC ajudam a ter melhores resultados? Perante o actual exagero dos programas curriculares do 1.º ciclo, os TPC talvez sejam necessários para consolidar minimamente a matéria que vai sendo debitada a um ritmo alucinante. Os currículos do primeiro ciclo são demasiado extensos. Sem alteração dos currículos não me parece possível reduzir ou eliminar os TPC (o que seria desejável).

Seria interessante comparar a evolução dos currículos e a carga horária ao longo das duas últimas décadas.”  

Daniela Calheiros, 22 de Março

“Tenho um filho com sete de anos de idade feitos ainda este mês. Frequenta o 1.º ano de escolaridade e durante estas férias da Páscoa tem 8 folhas, ou seja, 16 páginas, de trabalhos para casa de Português, Matemática e Estudo do Meio. É claro que tenho que ajudá-lo a fazer os TPC, como ajudo sempre.

Concordo com os TPC, pelo menos, para já, nesta altura em que o meu filho está a aprender (e a desenvolver) as capacidades de leitura, escrita e cálculo. Creio que a prática aperfeiçoa estas capacidades, aliás, tenho-o comprovado quando o ajudo com os TPC.” 

Joana Sobral, 22 de Março

 “O meu filho irá apenas para o ano para o 1.º ciclo. Pretendo colocá-lo numa escola pública de Coimbra. Apesar de ainda não conhecer a realidade do quotidiano dos trabalhos de casa já os começo a temer.

Não consigo sequer imaginar a que horas é suposto ele fazer trabalhos de casa. Nem consigo entender de que modo é que mais trabalhos de casa podem ajudá-lo a aprender. Não sou contra os trabalhos de casa no sentido em que podemos fazer em casa exercícios que usem o que se aprendeu na escola. Podemos medir a mesa de jantar e o diâmetro do prato da sopa, subtrair este ao diâmetro do prato raso. Podemos colocar azeite e água no congelador e ver e discutir o que acontece. Podemos ir para o quintal escavar à procura de bichos. Podemos ouvir notícias juntos e partilhar opiniões, construir posições. Mas não devemos voltar a sentar-nos à secretária e repetir o contexto escola em casa.

É mais importante aprender a aprender. Aprender a ter atenção nas aulas, a tirar apontamentos, a fazer trabalhos de grupo, a pensar pelas próprias cabeças. Aprender a questionar, a construir raciocínios. Mindmapping, brainstorming e outros estrangeirismos que poderão ajudar os nossos filhos muito mais que trabalhos de casa. Se eles souberem aprender, e os professores estiverem motivados para ensinar, então o tempo passado na escola deverá ser suficiente. Se não o é, algo está mal.

E os trabalhos de família? Será que devo enviar trabalhos de família para ele fazer na escola? Contar e participar em aventuras, descansar, correr. Brincar a nada, sentar no colo. Ajudar no jantar e nas tarefas domésticas, visitar a família e os amigos, brincar na rua. Um dia tem poucas horas, e a maioria destas são passadas na escola. Não vamos prolongar mais essa actividade em detrimento de outras. Corremos o risco de tornar a escola um frete e não um espaço de descoberta e aprendizagem.

O ócio é essencial para a aprendizagem. É preciso afastar-nos do problema para conseguirmos encontrar a solução.” 

Ana Sofia Carvalhal, 22 de Março

“Tenho um filho no 2.º ano do 1.º ciclo. Apesar de a professora ter referido no início do ano que não mandava muitos trabalhos de casa, o que é certo é que não houve um dia que não trouxesse. Nas férias, proporcionalmente ao que traz diariamente não são muitos.

Sou de opinião que os TPC, no formato que têm, não trazem qualquer mais-valia para as crianças. É uma mera continuação do que já passam horas a fazer na escola. Acho que eles devem ganhar responsabilidades e organizarem o seu tempo e tarefas, contudo acho que trabalhos de pesquisa, construção de actividades seriam muito mais úteis e motivantes.” 

Sara Marçal, 22 de Março

“O meu filho no 2º ano tem apenas que ler e resumir um livro nas férias. Não é muito e sempre tivemos poucos trabalhos nesta escola, comparado com outras.” 

Cátia Rodrigues, 22 de Março

“O meu nome é Cátia e sou psicóloga. Tenho um filho com cinco anos e uma irmã com nove. Os TPC sempre foi um assunto que me arrepia. Tenho três histórias para contar.

Começo pela minha: 

Nunca fui excelente aluna no 1.º ciclo do ensino básico. Tinha imensas dificuldades a Português e, normalmente, ficava sempre atrás dos outros no que respeitas ao alcance de metas. A única forma que o meu professor tinha para resolver o problema era, nas férias, os TPC. Contudo, sempre fui avessa a realizá-los e o professor dizia aos meus pais que eu nunca seria uma boa aluna. Quando entrei no 2.º ciclo tive uma professora que disse que algo de errado se passava comigo. Fiz uma avaliação e o resultado foi dislexia. A abordagem mudou, as pessoas mudaram e hoje sou psicóloga. E garanto-vos que não foi devido aos TPC que fiz.

A história da minha irmã:

Sempre de olhar atento, pois já sabia o que me tinha acontecido a mim, fui a uma neuropsicóloga com a minha irmã. O resultado foi o mesmo...Dislexia. Mas desta vez as personagens não mudaram, a professora é a mesma. Contudo, apesar de saber precocemente da dificuldade da minha irmã, esta não alterou em nada a forma como a ensina e teima em enviar os TPC para casa, nas férias, para a minha irmã acompanhar os colegas. A justificação da professora é que não tem tempo de lhe estar sempre a explicar tudo.

A história do meu filho:

Esta assusta-me, ainda é incerta, só começa em Setembro. Contudo, garanto que o meu filho nas férias e nos fins-de- semana vai aprender a brincar muito comigo e com o meu companheiro, vai se sujar, vai cair, vai viver...” 

Joana Araújo, 22 de Março

“Tenho um filho a estudar no 2.º ano numa escola do Porto. Os trabalhos de casa das férias não são muitos, parece-me que o objectivo é que eles não fiquem duas semanas inteiras sem exercitar um pouco de Português e Matemática. É um trabalho que normalmente não faço com ele porque como anda num ATL, os trabalhos acabam por ser feitos lá. Mas o ano passado não era assim. Muitas vezes tinha que ser eu a fazer os trabalhos com ele, porque não tinha conseguido terminar no ATL. Era um sufoco ter que chegar a casa, fazer o jantar, cuidar da outra criança (actualmente com dois anos) e ainda ajudá-lo a terminar.

Penso que os trabalhos de casa são benéficos se forem com peso e medida. Na minha opinião (sou docente universitária) ter trabalhos de casa todos os dias não se justifica. Uma opção que me parece muito positiva e que inclusive tem uma acção pedagógica no sentido que desenvolve a responsabilidade é os trabalhos de casa semanais em que são eles que gerem os seus trabalhos (nesta fase têm que ser acompanhados, naturalmente) e têm que os entregar num dia fixo. Os trabalhos de casa também deveriam ser mais lúdicos e não tanto semelhantes aos que fazem na escola.” 

Cristina Machado, 22 de Março

“Este tem sido um tema com que nos temos debatido desde o início do ano lectivo! A nossa filha começou a primária este ano e tem sido uma adaptação difícil para a família toda... Até escrevemos uma carta que não enviamos por não saber a quem...

Mas sim, os trabalhos são muitos. Uma carga excessiva atendendo à carga horária... E é uma dificuldade diária para as famílias que não queiram entrar no esquema da "indústria" dos centros de explicações/estudo acompanhado...

Nas férias: teve 4 fichas de matemática do manual de exercícios e 3 de português (é menos do que nas férias do Natal...)” 

Margarida Caldeira, 22 de Março

“O meu filho tem 6 anos e frequenta o 1.º ano do ensino básico e para as férias trouxe como trabalhos de casa 7 fichas, duas das quais com frente e verso”. 

Ana Costa, 22 de Março

“Tenho uma filha no 1.º ano do 1.º ciclo na escola pública. Para as férias da Páscoa os trabalhos de casa são três fichas de Matemática (cada ficha corresponde a 1 folha) e duas páginas de Português. O livro de Português também veio para casa para ela treinar a leitura.

Durante o período normal de aulas tem sempre trabalhos ao fim-de-semana. Durante a semana nem sempre tem, sendo que uma ou duas vezes é garantido. No entanto foi pedido pela professora que todos os dias treinassem a leitura.

Apesar de ela estar muitas horas na escola e de ter algumas actividades fora acho importante os TPC não muito extensos. Acho que uma actividade (seja uma ficha ou a leitura) que demore cerca de 15-30 minutos é suficiente, ajuda-os a criar uma rotina/disciplina de estudo. Apesar de ela poder fazer os TPC no ATL eu prefiro que os faça em casa acompanhada por mim ou pelo pai.” 

Teresa Azevedo, 22 de Março

“A minha filha frequenta o 1.º ano de uma escola particular, em Braga. Não tem trabalhos de casa para fazer nas férias, à excepção de ler um pequeno livro.

Entendo que os trabalhos de casa não são prejudiciais, pelo contrário. Ajudam os alunos a ser responsáveis e ajudam os pais e o aluno a terem noção se este está ou não a acompanhar o programa.

Assim, entendo que os trabalhos de casa contribuem para melhores resultados. Não obstante, entendo que não devem ser muitos e devem constituir numa tarefa que não lhes tome muito tempo.

A minha filha faz os trabalhos de casa sozinha. Só intervenho na correcção ou quando denoto alguma dificuldade na compreensão do enunciado.” 

Ana Almeida, 22 de Março

“Aprender deve ser divertido. Concordo com TPC no 1.º ciclo, desde que os mesmos sejam passados pelos professores com peso e medida. E que sejam também divertidos/atractivos. Tenho uma filha no 2.º ano num colégio privado em Oeiras. Nestas férias da Páscoa trouxe como TPC duas fichas de treino para as provas de aferição (Português e Matemática), já que, à partida, a decisão do colégio será de avançar com estas.

No espaço de duas semanas de férias, penso que não é exagerado, embora constate que estas provas em nada se assemelham com as fichas e testes que fazem no colégio, criando alguma estranheza nos miúdos. Neste caso, vou dar algum apoio na realização dos TPC. Mas a ideia é que os TPC sejam feitos pelas crianças e que levem as suas dúvidas para o colégio/professores perceberem onde têm as dificuldades e, assim, trabalhar individualmente com cada uma das crianças, se tal for necessário.

Não concordo com TPC todos os dias. E penso que tal só contribui para a saturação dos miúdos perante a figura da escola e do estudo.” 

Gisela Ribeiro, 22 de Março

“Tenho um filho no 1.º ano do 1.º ciclo.
 1 - Foram passadas uma conta e uma cópia por dia
2 - Não ajudo pois têm de ser capazes de fazer os TPC, só assim os professores e pais sabem as dificuldades/capacidades da criança.
3 - Só servem para melhores resultados se incidirem nas dificuldades do aluno.
Sou contra TPC estereotipados e a favor de TPC personalizados às dificuldades do aluno. Isso claro dá trabalho aos professores, mas há quem o faça, por isso é possível.” 

Joana Aguiar, 22 de Março

“Tenho duas filhas no 1.ºciclo. Uma, no 1.º ano, tem apenas um livro para ler. Outra, no 3.º ano, tem algumas fichas de cada disciplina. Mas sinceramente não é o trabalho de férias que me assusta mas sim os TPC diários. Especialmente a partir do 2.º ano notei um aumento significativo da exigência a este nível. Com programas muito ambiciosos (muito mais do que eu me lembre no meu tempo), com muito mais disciplinas (Inglês, Informática) a quantidade de TPC é enorme e aquilo que seria expectável de despachar em meia hora (segundo as professoras) não é conseguido por estas crianças e exige um acompanhamento por parte dos pais. Para mim, tem duas consequências muito graves.

Por um lado, estas crianças não conseguem ganhar autonomia e responsabilidade pois têm sempre ajuda dos pais. Temos crianças perto dos 10 anos que sabem falar inglês, mexer em computadores, fazem dois desportos e tocam instrumento, mas não sabem tratar de um recado. Por outro lado, o pouco tempo que passo com a minha filha durante a semana, há sempre um clima de tensão e pressão para despachar os trabalhos.

Tendo consciência disto, é difícil como mãe ou pai saber como lidar com esta questão e saber até onde é necessário pressionar mas mantendo algum equilíbrio saudável. Se por um lado não quero que ela fique para trás, também quero que ela seja feliz...” 

Sofia Coutinho, 22 de Março

“Em primeiro lugar, quero agradecer o vosso interesse num tema fundamental de um organismo altamente complexo que engloba a escola, os professores, os alunos e as famílias, organismo ignorado pelo novo ministro que se arroga no direito de considerar que o importante é implementar um programa político e não a defesa da estabilidade que, considero eu, está na base do desenvolvimento de um dos pilares fundamentais da sociedade, a educação.

Sobre as questões que colocam e para enquadramento da realidade da minha família (que não será igual a todas as outras, como é óbvio), somos um casal com duas crianças de sete e quase três anos, mãe arquitecta, pai designer e professor universitário.

Várias leituras sobre o tema desde que o F nasceu (o mais velho que entrou este ano lectivo no 1.º ciclo), tornaram-me defensora de um não rotundo aos trabalhos de casa.

Portanto, em casa, o esquema é simples: se a realização dos trabalhos de casa colidir com a rotina familiar (onde se incluem as brincadeiras entre os dois irmãos que passam o dia inteiro sem se verem), o F não faz os trabalhos de casa e leva um recado para a professora nesse sentido (ainda não tive reclamações da professora). Nos outros dias, estipula-se um tempo de não mais do que 15/20 minutos, findo o qual é tempo de brincadeira ou de partilhar responsabilidades familiares, colaborando nas tarefas básicas de casa (pôr a mesa, tirar loiça da máquina...).

Ninguém ajuda o F a realizar os TPC (nunca fui ajudada), apenas os revejo depois de acabados. Estou, no entanto, disponível para tirar uma dúvida ou explicar um enunciado que ele tenha alguma dificuldade em compreender.

O F trouxe oito páginas de fichas para as férias da Páscoa e irá fazê-las porque tem 15 dias de férias, o que dá meia página por dia (menos de 15 minutos de trabalho diários, de certeza). Não me parece excessivo mas não vejo qualquer vantagem no tipo de trabalhos de casa que são passados (as fichas são iguais às que eu fiz há 35 anos... Mas os miúdos mudaram e muito). 

Acho que os TPC se deviam aplicar a situações da vida real, que lhes dessem prazer, lhes estimulassem a criatividade, o pensamento crítico e a capacidade de fazer perguntas. Era tão fácil: faz um bolo para quatro pessoas. Quantos ovos usaste? E quantos gramas de farinha? Se quisesses fazer um bolo para oito pessoas, quantos ovos terias de usar? Já agora, o bolo estava bom? Escolhe o livro de que mais gostas. Sublinha a lápis nas primeiras três páginas as palavras começadas por z, r, x, Encontraste alguma palavra que contenha ch, nh, lh? Reparaste quando é que se usam as letras maiúsculas? Faz uma cópia da 1.ª página para perceberes a diferença entre a letra de imprensa e a letra manuscrita. Conseguiste ler o livro todo? Não te esqueças de trazer o livro no primeiro dia para partilhares a história com os teus colegas. Vais fazer algum passeio? Tenta descobrir o nome das árvores e dos animais e faz desenhos de cada um deles. Qual é que mais gostaste e porquê? 

Podíamos continuar a dar exemplos o resto da tarde...

Mas as fichas iguais para todos é muito mais fácil para os professores classificarem os meninos, como se os meninos fossem todos iguais, andassem todos ao mesmo ritmo e pensassem todos da mesma maneira. Para mim, é assustador.

Respondendo à vossa última pergunta: não, não acho que os TPC ajudem a ter melhores resultados (ou, pelo menos, o tipo de TPC que aparece lá por casa). Não é estafando os miúdos, sobrecarregando os miúdos que os melhores resultados aparecem. Aliás, li algures um estudo feito, julgo que nos EUA, sobre a correlação entre a realização de TPC em várias disciplinas (já no secundário) e os resultados finais dos alunos que demonstrava que os alunos que realizavam mais de meia hora de TPC diários apenas tinham melhores resultados a Matemática e a diferença percentual dos resultados entre os que faziam e os que não faziam era tão mínima que, na minha opinião, não vale as “pestanas queimadas”.

Acredito que a escola precisa de uma mudança radical de paradigma. Acredito que os miúdos não aprendem nada repetindo e copiando (que é basicamente o que fazem), sem lhes ser explicada a finalidade e a aplicabilidade de cada tema e de cada matéria e sem que olhem para o mundo que os rodeia e que percebam onde podem encontrar exemplos dessas matérias. Preocupa-me que sejam tratados como se fossem todos iguais, como se não tivéssemos todos as nossas particularidades e características que devem ser respeitadas. Preocupa-me que a escola básica (e seguintes) esteja afastada da transmissão de valores tão fundamentais como a solidariedade, a consciência cívica, a curiosidade, o sentido de beleza, o conhecimento pessoal... E tão afastada das artes em geral.

Enfim, já divaguei o suficiente pelo tema da escola quando andam só à procura do peso real dos TPC no quotidiano das famílias.” 

Ana Mota, 22 de Março

“A minha filha anda numa escola que usa o MEM – Método Escola Moderna.

Está no 1.º ano do 1.º ciclo e o trabalho de casa para as férias é fazer um diário. Este diário deve incluir, desenhos, recortes, colagens, ilustrações, souvenirs, recolhidos e representativos das suas férias, e se quiser fazer um resumo escrito ou oral para acompanhar.” 

Sara Marques, 22 de Março

“O meu filho frequenta o 3.º ano e normalmente traz trabalho de casa todos os dias, penso que apesar de serem diários, como é apenas um ou dois exercícios, até é benéfico por forma a consolidar os conhecimentos adquiridos, ele é autónomo a fazer os TPC e em seguida eu corrijo. Nestas férias não trouxe TPC.” 

Elisabete Simões, 22 de Março

“Os meus filhos tiveram poucos trabalhos, pois a professora é sensata, afinal as férias são para descansar!!??  Têm duas páginas. Contudo, as crianças que acompanho numa instituição (de acolhimento) tiveram como folar uma enorme tarefa: a média de trabalhos ronda as 16 páginas, desde Matemática, Português e Estudo do Meio. Há um grande exagero dos professores, pois pensam apenas em cumprir o programa.” 

Marta Cruz, 22 de Março

“Estas férias, está no 3.º ano, trouxe 2 folhas (4 páginas) com exercícios de Matemática, e um texto de duas páginas para depois fazer um resumo... Na minha opinião, faltou uma ficha de interpretação e gramática a Português, e uma de Estudo do Meio...

Em 15 dias de férias penso que uma ficha (como fazem os testes na escola) por cada disciplina, não lhes faz mal e ajuda a relembrar a matéria para quando regressam...Cá em casa não ajudo a fazer o TPC... faz sozinho e só depois corrijo.” 

Isabel Santos, 22 de Março

“A minha filha de nove anos anda no 3.º ano. Nas férias tem de fazer seis fichas de Português,  oito fichas de Matemática mais 15 exercícios para fazer no caderno de casa. É um absurdo.

Ela tem bastante autonomia na questão dos trabalhos. O que não acontece com o meu filho que está no 5.º ano Tem trabalhos todos os dias e tenho de lhe dar apoio.

Se os mesmos são importantes? Acho que sim, mas com algum peso e medida. Principalmente quando os miúdos passam praticamente o dia todo na escola e ainda vêm com TPC.” 

Eunice Lopes, 22 de Março

“A minha filha está no 1.º ano. Por norma traz sempre TPC, agora nas férias da Páscoa trouxe três fichas frente e verso. Geralmente pede sempre o meu auxílio na realização dos seus trabalhos. 

Quanto à minha opinião, considero vantajoso desde que, com algum peso e medida. As crianças têm que ter tempo para brincar e para não fazerem nada, contudo é através dos TPC que acompanho o seu desenvolvimento escolar e particularmente nas férias. Julgo que além do merecido descanso pode existir também um pouquinho de trabalho.” 

Carla Machado, 22 de Março

“Temos  uma filha no 3.º ano de escolaridade que frequenta o ensino público. Trouxe para TPC destas férias : uma ficha de avaliação trimestral de Estudo do Meio, outra de Matemática e outra de Português. Tem também um trabalho para ser apresentado numa cartolina sobre um autor (a professora não quer prints , quer por escrito).

Como a nossa filha não frequenta qualquer centro de estudo somos nós, pais, quem diariamente (porque ela tem TPC todos os dias) a ajuda.

Os TPC permitem-nos ver e ter uma maior sensibilidade das dificuldades e necessidades da nossa filha. No entanto, se o programa do 3.º ano não fosse tão exagerado não seria preciso esta carga de trabalho em casa....Sim, a nossa filha trabalha tantas horas como nós e só tem 9 anos !!!!!!!!).” 

Cláudia Ricardo, 22 de Março

“Tenho uma filha com 10 ano, no 4.º ano.

Questão 1: Sete fichas de exercícios de Português e Matemática.

Questão 2: Regularmente ajudo. A criança solicita sempre ajuda ou pelo menos "colaboração moral"- companhia.

Questão 3: Claramente contra tarefas de casa. São contraproducentes. Ao fim-de-semana são realizadas à pressa e sem reflexão ou estudo para libertar toda a família. Nas férias nunca são cumpridas e consideramos férias no verdadeiro sentido da palavra. 

A minha filha faz-se constantemente acompanhar de um recado nosso, na caderneta às segundas-feiras e após as férias, com a seguinte mensagem: " A aluna não teve oportunidade de completar o trabalho enviado, no decorrer da semana completará as tarefas atrasadas." 

Marisa Martins, 22 de Março

“Os TPC são uma treta... Os miúdos estão todo o dia na escola todos os dias e quando acaba as aulas, apenas saem das instalações escolares porque a escola vem com eles... Eu falo por mim, quando saio do trabalho gosto de chegar a casa e estar com a família, de jantar mais tarde se for o caso por me ter apetecido ir dar um passeio para me distrair do dia de trabalho que tive... Os miúdos hoje em dia não tem tempo para brincar... Quando venho de férias é para descansar e com eles também devia ser igual... Têm escola todo o dia, horários cada vez mais sobrecarregados , queremos tornar as nossas crianças robôs, adultos num corpo pequeno e não respeitamos a idade mais bonita de uma vida... Ser criança... Brincar... Não é com TPC diários que aprendem mais, quando os fazem já cansados, a meu ver reduz a produtividade , o interesse ... Torna se uma obrigação desnecessária , o saber adquire-se na escola... Cada vez mais, à velocidade que os programas são ensinados, as crianças são papagaios, decoram, não aprendem... O meu filho tem sete anos e chega a casa mais cansado que eu e quando paro para pensar, é normal que assim o seja... Teve " trabalho " todo o dia e ainda traz trabalho para casa todos os dias... A maioria dos adultos não aguentava a rotina e a pressão a que sujeitamos as nossas crianças...” 

Ana Oliveira, 22 de Março

"A minha filha, de 6 anos, recebeu 13 (treze!) páginas A4 de trabalhos de casa para as férias da Páscoa. Repito, 6 anos, no 1.º ano de uma escola pública! 

Todos os trabalhos de casa, quer durante o ano lectivo, quer nas férias, são feitas com supervisão de um adulto - ou a professora do ATL, ou então um dos pais, em casa. 

Os TPC poderão ajudar as crianças a manter memória do que estava a ser leccionado antes das férias, mas francamente é preciso muito mais bom senso na quantidade de trabalho que é exigido a crianças tão pequenas.” 

Sandra Amorim, 22 de Março

“O TPC que o meu filho trouxe para fazer nas férias da Páscoa é a leitura de um livro. Neste caso sou completamente a favor do mesmo e espero que assim se vá abrindo o apetite da pequenada pela leitura.

Quanto aos TPC durante o ano lectivo penso que podem contribuir para que os miúdos alcancem algum método de trabalho e não sou contra, desde que sejam em número equilibrado, ‘com conta, peso e medida’. “ 

Maria João Calvário, 23 de Março

“A minha filha de 2.°ano trouxe 28 folhas para fazer. Nas férias do Natal foram 20. Considero que os TPC podem até ter um lado positivo, mas nunca nesta quantidade. Os miúdos também necessitam de descansar.” 

Susana Batista, 23 de Março

“A minha filha anda no 3.º ano e teve bastantes trabalhos de casa. Só a ajudo caso ela tenha dúvidas, se estiver muito cansada ou se já for tarde.

Não concordo em nada com os trabalhos de casa. Na minha opinião a carga horária dos alunos já é demasiada. Fala-se na vantagem das crianças praticarem desporto ou terem aulas de música e, no entanto, a escola não é minimamente compreensiva com as crianças que têm outras actividades. Para além disso, muitas vezes estão a utilizar o seu tempo a fazerem trabalhos de casa de matérias em que já estão à vontade e podiam estar a estudar outras em que têm mais dificuldade e o tempo é pouco.” 

Sandra Santos, 23 de Março

“No colégio da minha filha a professora do 1.º ano, que até nem é exagerada nos TPC. Para as férias passou três fichas de avaliação (frente e verso): duas de Matemática e uma de Português.

Passámos de um tempo como o nosso, em que praticamente não havia TPC, para um tempo em que se acha que estes, a par de um programa escolar exagerado e pesado, vão ser os salvadores da pátria e fazer desta nova geração crânios e elites de inteligência. Não trabalham a inteligência mais importante: a emocional! Estamos assim a formar máquinas pensadoras!!!

Felizmente não preciso de despender muito tempo para ajudar nos TPC porque a minha filha fá-los sem dificuldade. Penso que a questão mais importante não são os TPC e a sua quantidade mas sim o tempo que os pais (não) têm para estar com eles. Trabalha-se 40 horas por semana e as crianças estão o mesmo horário nas escolas. Estamos a andar ao contrário: a lógica seria lutar para reduzir o horário de trabalho e poder estar mais com os filhos no fim de um dia de trabalho.

Os TPC exagerados e que têm como função essencial a medição de conhecimentos são apenas uma consequência de uma péssima visão/gestão sobre o modelo das escolas e a sua (des) adaptação ao mundo laboral dos pais. Essa para mim é a principal questão.” 

Margarida Coimbra, 23 de Março

“ Tenho dois filhos no 1.º ciclo. Uma filha no 1.º ano e um filho no 3.º ano. O peso dos trabalhos de casa na vida familiar depende do professor e da criança. O meu filho tem TPC todos os dias e a minha filha uma a duas vezes por semana. A minha filha adora fazer TPC o meu filho odeia…

Acompanho a realização dos TPC, esclareço dúvidas e garanto que os fazem, e que os fazem com autonomia. Acho que os TPC diários não facilitam a aprendizagem e se tornam contraproducentes. Considero que devem ser tarefas de investigação, que ajudem a consolidar as aprendizagens de forma mais lúdica, e que devem ser menos baseados em tarefas repetitivas. Desta forma permitem aos pais acompanhar o processo de aprendizagem, sem ter dificuldades acrescidas na gestão diária do tempo.

Sabemos que as crianças passam muitas horas na escola, que têm diversas actividades de enriquecimento curricular e que precisam de tempo para brincar. Para aprender têm o dia todo.

Para as férias a minha filha tinha três fichas de Português, uma ficha de Matemática e um desenho para pintar e construir um puzzle. Fez tudo em dois dias. O meu filho tem quatro fichas de Português, uma de Matemática e um trabalho de investigação sobre um planeta, com uma composição e a construção de um modelo à escala. Consegui que acabasse as fichas de Português e estou a batalhar com a Matemática. Sei que a parte do planeta vai fazer sem problemas. Mas sempre sob protesto…” 

Fernando Proença, 23 de Março

“Tenho uma filha no 1º ano. Quantos trabalhos para casa lhes foram passados na escola para realizar durante as férias da Páscoa? Zero.

Costuma ajudá-los nesta tarefa? Sim - mais orientar do que ajudar, já que não resolvemos os trabalhos por ela. Isto nas ocasiões em que tem trabalhos de casa, que são raras - menos de uma vez por semana.

Pensa que os TPC ajudam a ter melhores resultados?

Não. Felizmente a nossa filha tem uma professora muito competente e consciente, que defende algo com o qual nós, os pais, concordamos: após passarem tantas horas com a professora na sala, algo estaria a correr muito mal se ao fim do dia, cansadas e a precisar de brincar e descontrair, as crianças ainda tivessem de trabalhar novamente sobre as matérias a que dedicaram várias horas durante o dia.

No entanto, conheço outros pais que, já que a professora não marca trabalhos, encarregam-se eles de sobrecarregar os filhos com trabalhos de casa. O tempo em família, em actividades de família, é muito mais importante do que prolongar-se a escola para dentro de casa. A escola tem um espaço e um tempo muito grande na vida das crianças, não precisa de se sobrepor à vida familiar. E a verdade é que esta filosofia tem funcionado perfeitamente no caso da nossa filha e, daquilo que nos é dado aperceber, dos seus colegas: a aprendizagem tem acontecido com fluidez e naturalidade, e projecta-se quando tem de se projectar noutros contextos, concretamente na vida familiar da criança.” 

Tânia Sardinha, 23 de Março

“Sou mãe de duas meninas que frequentam o 1.º CEB (uma está no 2º ano e a outra no 1.º ano). 

 - Quantos trabalhos para casa lhes foram passados na escola para realizar durante as férias da Páscoa?

No meu entender os suficientes, apenas uma ficha de cada uma das áreas. Esta quantidade de TPC serve para fazer com que o aluno não perca na sua totalidade o contacto com os conteúdos leccionados, bem como dá informação aos pais sobre a matéria que se encontra a ser estudada.

As minhas filhas têm sorte com as professoras que apanharam no 1.º ciclo, pois nenhuma delas exagera na quantidade de TPC, por norma enviam um ou dois exercícios para casa. Uma das professorsa dá folga aos TPC à 4ªfeira, o que me parece excelente! 

- Costuma ajudá-los nesta tarefa?

Não diariamente por questões profissionais, pois se o fizesse, haveria dias que as minhas filhas estariam a realizar os TPC às 20h30/21h - e para mim estas horas, são horas de estarem a ouvir a história e dormir!

As minhas filhas têm um espaço próprio para estudar em casa e na hora de realizarem os TPC (e ou verificarem o que foi feito no ATL), eu, ou o meu marido, estamos com elas também no escritório e no nosso espaço de trabalho (damos a entender que também estamos a fazer tarefas profissionais e muitas vezes estamos mesmo!). Fazemos apenas supervisão. Promovemos a autonomia quer na resolução, quer no detectar dos erros. Há um maior apoio à filha que se encontra no 1.º ano, devido às dificuldades de leitura ainda existentes.

Ao fim-de-semana há o momento da revisão da semana, o qual termina sempre com a leitura de uma história / texto escolhido pelas filhas.

Procuramos estar presentes, mas ao mesmo tempo não exageramos no tempo que dedicamos a estas tarefas - por exemplo, o momento do fim-de-semana pode ser entre 20 a 30 minutos - depende dos conteúdos e se existe ou não dificuldades.

As famílias deveriam ter uma maior flexibilidade de horários para poderem acompanhar os seus filhos. Nós temos que recorrer três vezes por semana a um ATL por questões profissionais. Não damos o acompanhamento que desejaríamos, damos o possível.

- Pensa que os TPC ajudam a ter melhores resultados?

Não! A maioria dos professores envia TPC "standards", o que me parece que serve apenas para dar a conhecer aos encarregados de educação (que supervisionam esta tarefa escolar) os conteúdos que estão a ser leccionados. 

Penso que os TPC poderiam ter esse papel na melhoria dos resultados se fossem personalizados, isto é, feitos à medida de cada um dos alunos, procurando explorar e consolidar conteúdos nos quais a criança/jovem tivesse mais dificuldades. 

 Não me choca a existência de TPC, mas também não me chocava a inexistência dos mesmos, pois acho que as crianças/jovens estão muito tempo na escola e que esta deveria ter um espaço e um tempo para que todas as tarefas ficassem feitas.

Sou professora do 3.º ciclo e secundário e sou daquelas que, por norma, não envia TPC e, quando os há, normalmente são direccionados para o aluno em causa quando me apercebo de uma dificuldade específica. 

As crianças precisam de brincar, de dormir e de ter tempo para estarem com os pais. Os adolescentes precisam de tempo para conviver com os seus pares, namorarem e estarem com as suas famílias - nestas idades, e se forem alunos conscientes da sua "condição de alunos", já estudam de forma autónoma para a escola quer nos momentos de avaliação, quer nas tarefas do dia a dia. 

Não posso deixar de referir que acredito que a autonomia dos filhos se desenvolve a par de um acompanhamento afectivo (e efectivo!) e responsável dos encarregados de educação.” 

Marta Guerreiro, 23 de Março

“O meu filho tem 6 anos e frequenta o 1.º ano de uma escola pública. Esperava, com essa entrada no ensino obrigatório, que por vezes trouxesse trabalhos para fazer casa, mas sinceramente nunca esperei que fossem tantos!

Em período lectivo, traz trabalhos todos os dias (excepto às terças), não em grande quantidade, mas que são suficientes para atrapalhar a vida de toda a família. Como saio às 18h e ele passa o dia na escola, é fácil de imaginar que chega a casa muito cansado e que uma simples ficha ou cópia demora mais do que meia hora ou 45 minutos a fazer, com várias distracções pelo meio.

Nestas ocasiões, tem sempre de estar alguém a acompanhá-lo na realização dos trabalhos de casa, porque está estafado física e mentalmente e com pouca capacidade de concentração. Não me parece que fazer os trabalhos de casa nestas condições traga alguma mais-valia à aprendizagem efectiva do meu filho.

Nas férias, o drama repete-se. Já aconteceu na pausa de Natal e irá repetir-se agora. São três fichas de Português e três de Matemática. Na teoria não é muito, na prática é imenso. É que às férias, não se juntam as férias dos pais (pelo menos, não no nosso caso), o que significa que ele continua a ficar na escola (no CAF, Componente de Apoio à Família) e continuamos a chegar a casa às 19h e a rotina de TPC, banhos, jantares e preparação do dia seguinte repete-se com criança e pais exaustos. Na prática, não são férias... Como o tenho poupado nestes dias à realização de trabalhos, significa que vou ter de passar o fim-de-semana da Páscoa de volta de fichas de Matemática e Português, em vez de proporcionar ao meu filho outras actividades de lazer, que tanto ele como os pais merecem.

Não me fazia confusão que a professora enviasse pontualmente trabalhos para casa, como um modo de podemos acompanhar um pouco o que eles estão a aprender, mas desta maneira acho que é totalmente contraproducente. Porque não pensam os professores doutra maneira? Por exemplo, sugerirem uma visita a um museu que possa estar relacionado com a matéria que estão a dar, ou a um parque natural, ou o simples visionamento de um filme que possam depois discutir na aula? Não seria muito mais interessante para pais e filhos?

Sinceramente, valorizava muito mais acções destas do que esta corrida desenfreada para a aprendizagem da leitura ou dos números até cem.” 

Filipa de Azevedo, 23 de Março

“Tenho três filhos. O mais velho, o Francisco tem 10, o Pedro, o do meio tem sete e o João, o mais novo, quatro. O Francisco sempre teve a sorte (ou o azar) de ter professores que lhe enviavam imensos trabalhos de casa - pelo menos uma ficha às segundas e quartas e duas ou três à sexta para os fins-de-semana, desde o 2ª ano até ao 4º, tendo aumentado com o ano de escolaridade.

Eu sempre o ajudei, com muita resistência da parte dele e infinitas queixas de serem muitas folhas, estar cansado e não perceber. Lembro-me de ter havido umas poucas vezes em que me vi obrigada a escrever à professora a justificar a falta de trabalhos de casa feitos com a grande quantidade e o pouco tempo disponível ao serão para eu o ajudar. Porque chegávamos a casa às 18 ou 19h e ele deitava-se às 21h, ficava muito pouco tempo (e sossego) entre jantares, banhos e irmãos, para fazer os TPC como deve ser.

Quanto ao Pedro, esse tem trabalhos de casa nas férias, normalmente uma ou duas fichas de cada matéria, às vezes ao fim-de- semana, sobretudo na véspera dos testes e, muito raramente, durante a semana. Não traz sequer os manuais escolares para casa. Não deixa de ter muito boas notas por isso.

Eu também ajudo o Pedro nos TPC sempre que necessário, mas não posso deixar de reparar nas diferentes atitudes destes meus dois filhos. O Francisco continua a fazer birras impressionantes antes de cada TPC embora os faça sem grande dificuldade, e o Pedro simplesmente chega a casa, avisa que tem TPC e vai fazê-los, só pedindo ajuda em caso de necessidade.

Embora tendo cada um deles personalidades muito distintas, acredito que o historial de cada um tenha influenciado estas diferentes atitudes.

Como devem calcular, para nós, mãe e pai destes rapazes, os filhos continuam a ter de passar imenso tempo na escola, a carga horária e as matérias são cada vez mais excessivas, e só posso pensar que os TPC são contraproducentes para a dinâmica familiar, pois no meu caso em particular, deram azo a discussões tremendas, gritos e reprimendas que poderiam perfeitamente ser evitadas se não tivessem sido passados tantos TPC (ao Francisco).

É que os pais chegam a casa cansados, mas os filhos também!

Por decisão conjunta, e porque estou grávida do quarto filho e porque o meu ordenado seria demasiado pequeno para pagar os ATL e as explicações necessárias, deixei de trabalhar para me dedicar exclusivamente à educação dos meus filhos e poder apoiá-los, sobretudo ao Francisco, que entrou no 2.º ciclo e tem mais responsabilidades.

Desde que estou em casa, toda a dinâmica familiar entrou num ciclo muito positivo, o Francisco tem-se dado muito bem com os horários de estudo em casa e já não preciso de ter nenhum filho no ATL nem nas explicações. Os rapazes têm tempo para tudo, isso é bom e nota-se no comportamento deles.

Extraordinário, que para os dias de hoje, tenha sido preciso eu tornar-me dona de casa para conseguir salvar o casamento e manter a família no bom caminho...” 

Teresa Melo, 23 de Março

“A minha filha tem sete anos e frequenta o 2.º ano numa escola pública.A professora, que já a acompanha desde o 1º ano, advertiu os pais logo na primeira reunião que todos os dias levariam alguns TPC, porque era importante incutir hábitos de trabalho.

E de facto desde o 1.º ano que assim é. A minha filha leva TPC para casa todos os dias, desde o primeiro até ao último dia de escola ao longo de todo o ano lectivo. Nas férias também.

Por regra eu tenho sempre que a ajudar nos TPC, porque os exercícios não são fáceis e não dão grande margem para que ela os faça de forma completamente autónoma. Ou então, porque as dúvidas que lhe vão surgindo à medida que os faz não a permitem prosseguir sem que eu esteja ao lado a esclarecer e a ajudar. Só as contas e as tabuadas podem ser feitas com total autonomia.

Por regra os TPC são exercícios que ocupam mais do que uma página do livro de Matemática ou Português, com questões difíceis que implicam interpretação e raciocínio, até mesmo para um adulto. Nas vésperas de fichas de avaliação o cenário agrava-se muito: já aconteceu termos fichas de treino com nove páginas,  

Estas férias, por acaso, o volume de trabalhos surpreendeu-me por ser bastante mais leve. Tem apenas de fazer as tabuadas dos 2, 3, 4, 5, 6 e 10, ler um livro do Plano Nacional de Leitura e fazer um ditado.

Depois da escola a minha filha tem outras actividades, o que implica que só começamos a fazer os TPC por volta das 18h. Eu separei-me e tenho, para além da minha filha mais velha, uma bebé com um ano e meio. Portanto, o cenário diário cá em casa é este: a partir das 18h eu estou em ansiedade, a tentar ajudar a minha filha mais velha com os trabalhos e ao mesmo tempo a tentar tomar conta da bebé, que naturalmente a esta hora solicita a minha atenção e desestabiliza por completo a mais velha.

É frequente a coisa descambar em gritaria.

Não vejo nenhum efeito positivo nisto. Acho que a minha filha devia ter trabalhos, tudo bem, mas apenas trabalhos que ela pudesse fazer com autonomia.

Acho que o papel dos pais deveria ser estarem disponíveis para ajudar e esclarecer alguma dúvida que eventualmente possa surgir, mas exigir-lhe mais do que isto é violento e não tem frutos, muito pelo contrário, perturba a dinâmica familiar, cria stress e ansiedade nas famílias.” 

Sónia Sardinha, 23 de Março

“Tenho 2 filhos, e um estuda no 1.º ciclo, 3.º ano mais concretamente. Tem 2 fichas de TPC para as férias da Páscoa. Não acho muito, acho adequado. Por norma a minha filha faz o TPC sozinha e no final vejo se está tudo bem, para eu própria perceber se ela está a acompanhar a matéria, quando vejo alguma coisa mal, chamo a sua atenção para corrigir, nem sempre corrijo.

Concordo com os TPC sem ser em demasia, Acho que consolida os conhecimentos adquiridos em aula, dá-lhes autonomia e método de trabalho. Na minha opinião, os TPC ajudam a ter melhores resultados, acredito que sim.

Não concordo nada quando dizem que as crianças não têm todas as mesmas hipóteses, em que umas os pais ajudam e outras não, acho uma tontice, porque ninguém tem as mesmas hipóteses e ferramentas desde o nascimento” 

Maria Álvares, 23 de Março

“Tenho uma filha no 2.º ano de uma escola pública de classe média na cidade de Lisboa. Não teve qualquer trabalho para as férias. Durante o período lectivo vai tendo, de vez em quando, alguns trabalhos para fazer mas não é sistemático. 

Quando tem trabalhos e com algum sacrifício pessoal (meu e dela) apoio a sua realização. Na maioria das vezes, mais recentemente, apenas na correcção. Penso que os TPC podem ter um papel a desempenhar, tanto na consolidação de aprendizagens, como na criação de hábitos de trabalho autónomo. 

Dada a minha formação e o trabalho de investigação em educação que tenho feito, reconheço que o recurso sistemático a trabalhos de casa tende a reforçar desigualdades sociais, já que alunos com núcleos familiares instáveis, más condições de habitabilidade e cujos pais possuem menos competências escolares, etc, possuem dificuldades acrescidas na elaboração dos trabalhos de casa”  

Joana Abrantes, 23 de Março

“Tenho uma filha no 1.º ano do 1.º ciclo que trouxe 13 fichas A4 (entre Português e Matemática) para realizar nas férias da Páscoa. Costumo dar apoio, mas gradualmente tenho deixado que se torne cada vez mais autónoma na sua realização. Corrijo sempre!

Penso que os TPC são bons para consolidar conhecimentos e criar ritmo de trabalho, contudo não concordo que sejam diários nem demasiado longos (como é o caso destas férias e no período de Natal). Os programas / metas curriculares são muito extensos e exigem um ritmo que turmas de 20 e 26 alunos com apenas um professor, dificilmente conseguem consolidar conhecimentos.” 

Rita Pereira, 23 de Março

“A Laura que tem 6 anos, anda no 1.º ano de uma escola de Setúbal tinha no total (já os fez!) 16 folhas de Português, Estudo do Meio e Matemática.

Não costumo ajudar a Laura pois ela consegue-os fazer sozinha, mas tenho de me sentar com ela, pois se a criança ainda não consegue ler completamente, tem dificuldade em interpretar o que pede o exercício.

Penso que os TPC  servem ou deviam servir para a criança aprender a saber estudar, mas a verdade não é essa! Se a criança levar de volta os trabalhos porque não os conseguiu fazer, vai ser penalizada. Acho que estamos a passar de uma escola que servia para ensinar, para uma que se limita a avaliar. 

Os TPC são em excesso e não me posso esquecer de quantos trabalhos, principalmente de experiências, que se pede aos pais que façam com os filhos! Ou fichas que as crianças ainda não sabem preencher e que se pretende que os pais o façam com as crianças a meio da semana.

Estou desempregada, sou educadora de infância e tirei a licenciatura em Educação básica, por isso os meus filhos são privilegiados  mas nem todos têm a mesma sorte (ou azar!) de terem uma mãe que os acompanha e que entende o que os manuais pretendem.” 

Catarina Dias, 23 de Março

“Respondendo ao desfio lançado aos pais sobre a temática dos TPC, vou citar duas frases que ilustram o que pretendo dizer sobre esta temática: “nada se consegue sem esforço” e “tudo o que é de mais é como tudo o que é de menos”.

Na questão dos TPC tem, acima de tudo, de haver bom senso, quer por parte dos professores, quer por parte dos pais. Se é uma verdade que as crianças precisam de tempo para brincar, para explorar, e, mais importante, para estar com a família, também é verdade que é de pequenino que se devem incutir bons hábitos de trabalho e de estudo, incentivando a pesquisa e a procura de mais conhecimentos.

Posto isto, importa referir que não sou a favor de um excesso de trabalhos de casa que impeça as crianças de estar com a família e de brincar, mas também não sou a favor de, pura e simplesmente, eles não existirem. Os TPC podem ser uma das formas de os pais acompanharem as matérias que os filhos estão a estudar, aproveitando para relembrar e até, por vezes, para aprender. Por outro lado é também importante que as crianças percebam, desde cedo, que para alcançar bons resultados é preciso trabalho, esforço e dedicação.

O meu filho, a frequentar o 1.º ano do 1.º ciclo, habitualmente não traz muitos TPC. Nas férias da Páscoa trouxe uma página A4 de Português e outra de Matemática, que vamos gerindo de modo a que todos os dias faça uma actividade. Ajudamo-lo e acompanhamos sempre a realização dos TPC, incentivando-o ao “treino” como forma de melhorar. Obviamente que isso se reflecte nos resultados.

No “teatro” que é a escola há sempre 3 actores principais: o aluno, o professor e os pais. Se todos representarem bem o seu papel, teremos, no futuro, melhores profissionais!” 

Joana Vital, 23 de Março

“Tenho uma filha com 9 anos, que frequenta o 3.º ano do 1.º ciclo. Para estas férias da Páscoa, foi-lhe pedido que, entre vários trabalhos das várias disciplinas (exercícios/estudo/treino de ortografia e caligrafia/escrita de textos/etc./etc.), escolhesse 10 à sua vontade.

Comparativamente a outros períodos semelhantes (férias de Natal, fárias grandes), desta vez nem pediram muitos trabalhos... A minha filha tem, normalmente, trabalhos de casa à 4ª feira e aos fins-de-semana, umas vezes mais outras menos.

Na minha opinião, os trabalhos podem ser importantes no sentido das crianças não perderem o ritmo de trabalho e relembrarem conceitos recentemente aprendidos. No entanto, isto será válido apenas para pausas lectivas relativamente longas e deverão ser pedidos trabalhos que lhes exijam pouco tempo e que envolvam apenas a prática de matéria aprendida.

Aos fins-de-semana, considero completamente contraproducente a realização de trabalhos de casa (especialmente, em grande quantidade, como é frequentemente o caso). O fim-de-semana é feito para descansar e brincar. Uma criança que faça sistematicamente os TPC contrariada ou à pressa, não estará certamente a ser motivada para a aprendizagem e para o estudo. Pelo contrário, encara os TPC como uma "chatice", apenas necessária para evitar repreensões ou para conseguir, a "troco", brincar no que verdadeiramente lhe apetece ("Só podes brincar quando acabares os trabalhos").

Serão excepção os fins-de-semana anteriores a testes, em que, aí sim, se poderá justificar um esforço e empenho extra.

Quanto à questão do meu apoio aos TPC (ou nosso, meu e do pai): eu costumo dar bastante apoio à minha filha na sua realização. Não porque ela precise, felizmente, mas porque gosto de acompanhar e, já que tem que ser assim, aproveito para estar ao pé dela no tão pouco tempo que temos.

Também acredito plenamente que os pais devem contribuir e ajudar na aprendizagem escolar dos filhos e, como tal, devem ajudá-los a estudar, ainda que promovendo o mais possível  a sua autonomia a esse nível (claro que eles devem aprender a estudar e a trabalhar sozinhos, mas o apoio dos pais é fundamental).

Para finalizar: as crianças passam muitas horas na escola, em aulas. Deveria ser o suficiente para garantir a sua aprendizagem. Pode e deve esperar-se o interesse e apoio dos pais mas nunca, como me parece acontecer frequentemente, esperar que os pais assumam também o papel de professores em casa e que passem grande parte do seu tempo livre a acompanhar TPC e a tentar ensinar o que eles não conseguem aprender na escola. Até porque, até aí, haverá com toda a certeza, grandes desigualdades de oportunidades (a vários níveis: disponibilidade dos pais, formação, etc., etc.).” 

Vânia Cardoso, 23 de Março

“Frequenta o 2.º ano. Português: tem que ler um texto que são duas páginas;  ler outro texto e fazer o exercício da ficha, fazer uma cópia e desenho e mais duas fichas relacionadas com este texto. Matemática: fazer duas fichas, tabuada fazer e memorizar. Estudo do Meio: fazer uma ficha.” 

Gracinda Guedes, 23 de Março

“Quantos trabalhos para casa lhes foram passados na escola para realizar durante as férias da Páscoa? Seis fichas: três de Português e três de Matemática;

Costuma ajudá-los nesta tarefa? Sim, vejo o que fez e peço-lhe que verifique o que está mal quando há erros ou volte a repetir quando os trabalhos estão mal feitos;

Pensa que os TPC ajudam a ter melhores resultados? Sim, com certeza! Ajuda as crianças a consolidarem as aprendizagens e permite que os pais tomem conhecimento do desenvolvimento do seu filho.” 

Florbela Barreto, 23 de Março

“Quantos trabalhos para casa lhes foram passados na escola para realizar durante as férias da Páscoa? Cinco fichas  (Português e Matemática): três A4 e duas A5, de ambos os lados

Costuma ajudá-los nesta tarefa? Durante o horário laboral, pouco. Geralmente tem ajuda no ATL que frequenta. Nas folgas e férias, sim.

Pensa que os TPC ajudam a ter melhores resultados? Não” 

Mónica Diniz, 24 de Março

“Tenho uma filha ( com 8 anos) no 2.º ano do 1.º ciclo e sim, tem trabalhos de casa nas férias da Páscoa. Aliás tem trabalhos de casa todos os dias (excepto um dia por semana ) e em todas as férias, incluindo as de Verão. Já desde o primeiro ano que é assim.

Nesta Páscoa trouxe para fazer: uma ficha de Inglês, uma de Matemática, duas de Português, uma composição sobre o que fez nas férias da Páscoa e um desenho para pintar.

Tenho de a ajudar sempre com os TPC: na compreensão dos enunciados (que muitas vezes usam linguagem extremamente complexa), nas respostas e ainda na correcção dos inevitáveis erros ortográficos. Como tal, perdemos ambas horas das nossas férias a fazer TPC, em vez de estarmos a desfrutar de tempo de qualidade juntas.

Em tempo de aulas ela frequenta um centro de apoio ao estudo, onde faz os TPC a seguir à escola, uma vez que infelizmente o meu trabalho pouco tempo livre me deixa para a ajudar.

Esta carga diária de TPC  faz com que pouco tempo sobre para brincar, aliás, no final da tarde quando a vou buscar, o tempo que sobra é para tomar banho e jantar.

Sou absolutamente contra os TPC. O tempo que as crianças passam na escola é mais que suficiente ( 9-12h e 14-16h). Não as deixam brincar. Não deixam os pais ter momentos de descontracção diários com os seus próprios filhos.” 

Cláudia Raposo, 24 de Março

“A minha filha, no 2.º ano do 1.ºciclo, traz habitualmente uma ou duas páginas, quase todos os dias e para as férias trousse umas 20 páginas para dividir pelos 15 dias. Começarão o terceiro período em forma. São muitos assuntos novos, têm que ser trabalhados.” 

Nelson Alves, 24 de Março

“Tenho um filho no 1.º ciclo ,4.º  ano, numa escola pública. Logo no 1.º ano a professora perguntou aos pais qual a opinião que tinham sobre os trabalhos de férias e a maioria queria que a professora mandasse trabalhos. Chegamos a um acordo e nas férias os alunos fazem um diário. Todos os dias escrevem uma frase, nem que seja para dizer que não apetece escrever. Os resultados deste método são visíveis agora no quarto ano: escreve bem, com gosto e criatividade, sem erros. Para os pais é um descanso e para os miúdos acabam por aprender sem esforço e ainda ficam com um registo para mais tarde recordar.” 

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