Portugal Fashion: o que está em cima da passerelle e o que está em cabides e caixas nos showrooms

Programa Next Step, o “braço comercial” do evento, levou criadores e marcas a feiras internacionais. Desfiles da 38.ª edição terminam este sábado depois de uma sexta-feira de Inverno na Alfândega do Porto.

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Sara Maia Martin Henrik
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Sara Maia Martin Henrik
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Modelo nos bastidores Martin Henrik
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After School, a instalação para a sala de desfiles reservada ao Bloom Martin Henrik
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As provas finais para o desfile de Diogo Miranda Martin Henrik
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A modelo Maria Clara, de 18 anos, em rápida ascensão no mercado internacional Martin Henrik
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Luís Onofre Martin Henrik
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Backstage Martin Henrik
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Maquilhagem Martin Henrik
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Martin Henrik
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Luís Onofre Martin Henrik
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Miguel Vieira Martin Henrik
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As esperas das modelos nos bastidores da Alfândega Martin Henrik
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Luís Onofre Martin Henrik

Depois de uma sexta-feira de novos talentos, de nomes conhecidos com vendas a condizer como Miguel Vieira e Luís Onofre, e de designers como Diogo Miranda, lançados pelo Portugal Fashion, o evento termina este sábado espelhando o modo como quer afirmar-se: entre indústria e moda de autor. O último dia da sua 38.ª edição serve também para um balanço do seu lado menos visível, o seu Next Step, aquele que não está em cima da passerelle mas em cabides e caixas de feiras e showrooms.

O Portugal Fashion, um projecto da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) em parceria com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, tem vindo a ganhar terreno no campo da moda de autor, não só pela existência do Bloom, espaço para jovens criadores activo desde 2010, mas também por cativar mais nomes desse sector criativo. Os designers falam das diferentes oportunidades que retiram do evento – um dos atractivos parece ser a sua capacidade de internacionalização. Não só na produção de desfiles associados aos calendários das semanas de moda de referência, mas também na presença em showrooms e feiras que promovem o negócio.

Actualmente financiado pelo programa comunitário Portugal 2020 – Compete 2020, cada uma das duas edições nacionais anuais está orçada em cerca de 500 mil euros. As presenças no estrangeiro têm alocados recursos na ordem de um milhão de euros por semestre. Contrasta assim com a ModaLisboa, a mais antiga plataforma de divulgação dos criadores nacionais, que tem um orçamento semestral camarário de 315 mil euros e alguns patrocinadores privados, estando excluída do acesso às verbas comunitárias, por exemplo.

Esta estação, Miguel Vieira e Carlos Gil apresentaram colecções em Milão com apoio do Portugal Fashion, ao mesmo tempo que Pedro Pedro estava na feira White da cidade italiana, de onde trouxe uma pré-encomenda e novos contactos. Lá também estiveram Hugo Costa e Carlos Gil, que obteve encomendas para o Dubai e China, diz ao PÚBLICO João Rafael Koehler, presidente da ANJE, por email.

O programa a que chama o “braço comercial do Portugal Fashion”, o Next Step, colocou em Fevereiro Alexandra Moura, Daniela Barros, Susana Bettencourt e Carla Pontes num showroom em Londres, de onde Pontes foi, com Luís Buchinho e Diogo Miranda, para a conceituada feira Tranoï Femme, em Paris. Koehler elenca ainda a presença na feira Edit, em Nova Iorque, de Buchinho, Katty Xiomara (ambos com desfiles este sábado no Portugal Fashion) e das marcas Pé de Chumbo, Babash e TM Collection.

“A moda é encarada como um negócio”, diz o presidente da ANJE, que considera ainda que este trabalho contribui para a “mudança de paradigma da fileira moda (têxtil, vestuário e calçado), que deixou de centrar a sua competitividade nos baixos custos de produção para apostar, não só na tecnologia e na inovação, mas também no design, na criatividade, no styling…” 

O Portugal Fashion passou também em Dezembro por Moçambique (desfiles de Miguel Vieira, Roselyn Silva e Micaela Oliveira), e na tarde de sexta-feira três marcas da Mozambique Fashion Week integraram um dia de calendário variado. O início de sexta-feira na Alfândega do Porto não preencheu as salas na totalidade, mas encheu-se de olhares distintivamente XXI, actuais, ligados à juventude de nomes como o de Sara Maia (Bloom). As designers Carla Pontes (uma Mountain serena e contida) e Mafalda Fonseca (roupa de homem com jogo de cintura, ora subida em duplo cós ou escondida por camisolas extralongas) transitaram do Bloom para se estrearem no calendário principal do evento; e Daniela Barros apresentou pela primeira vez individualmente a sua colecção na passerelle principal.

Juntos mas em separado, deram as primeiras pinceladas de desfiles focados no Inverno mas que por vezes pareciam sem estação – a globalização dos calendários e dos mercados e as alterações do clima notam-se na produção de moda.

Se durante o dia o público era tendencialmente mais jovem, à noite a média etária subiu. Mais lugares foram adicionados à sala principal (capacidade máxima de 1300 lugares, contando com espectadores em pé) para assistir ao desfile de Carlos Gil, que já se apresentara na ModaLisboa há uma semana, e de Diogo Miranda, que captou a atenção da imprensa internacional e os aplausos do público. Depois da enchente para ver os sapatos e malas de Luís Onofre, a noite terminou com o também muito concorrido desfile de Miguel Vieira, que já mostrou a sua Cor na ModaLisboa no fim-de-semana passada.

O PÚBLICO está alojado a convite do Portugal Fashion

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