Responsável pela supervisão pediu demissão do Banco de Portugal

António Varela era administrador do Banco de Portugal e, entre 2013 e 2014, pertenceu à administração do Banif

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António Varela na tomada de posse em Agosto de 2014 Daniel Rocha

O administrador do Banco de Portugal António Varela pediu a demissão por discordar dos métodos de gestão e das estratégias seguidas na instituição liderada por Carlos Costa.

Em carta enviada ao Primeiro-Ministro, António Costa, Varela diz que não se identifica suficientemente com a politica e a gestão do Banco de Portugal (BdP). E ontem o supervisor emitiu um comunicado sobre a saída de António Varela, onde não esclarece qual o motivo da renúncia e onde "informa" que Varela "transmitiu hoje [segunda-feira] ao Conselho de Administração a sua renúncia ao mandato de administrador" e que foi "apresentada pelo próprio ao Governo, nos termos previstos na lei."

António Varela entrou no Banco de Portugal há menos de dois anos, tendo-lhe sido atribuído o pelouro da supervisão. Mas sempre foi um corpo estranho ao Banco de Portugal, para onde entrou por escolha da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, que no dia da sua nomeação não se coibiu de criticar a instituição de supervisão.

O modo como foi indicado para ser braço direito de Carlos Costa e o facto de nunca ter aceitado a cultura do Banco de Portugal, complexa e de pequenos equilíbrios, fez com que nunca se tivesse adaptado ao cargo.

Entre 2013 e 2014, Varela pertenceu ao Conselho de Administração do Banif onde presidia à Comissão do Risco e da Auditoria e, na sua qualidade de representante do Estado, a sua missão era fazer cumprir o plano de reestruturação. Em Janeiro de 2013 o Estado tinha injectado 1,1 mil milhões de euros no capital do Banif.

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