Polícia americana boicota Beyoncé

O sindicato policial de Miami, a cidade onde vai ter início a digressão mundial da cantora, não gostou do que viu no Super Bowl e no vídeoclipe de Formation.

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O novo videoclipe de Beyoncé (Formation) e a actuação no intervalo do Super Bowl continuam a provocar ondas de reacção um pouco por todo o lado.

Há de tudo. Há quem acuse a cantora de mero aproveitamento comercial, porque não se lhe reconheciam até agora grandes posições públicas sobre violência racial ou manifestações de orgulho afro-americano. E também há quem aplauda a coragem, dela e de outros músicos de grande visibilidade como Kendrick Lamar, na denúncia dos preconceitos ainda existentes na sociedade norte-americana e na forma como se têm vindo a assumir como vozes da consciência afro-americana, tratando-se de artistas que conseguem comunicar para uma plateia global.

E há também quem não esteja pelos ajustes. Como a polícia de Miami, que acaba de lançar um apelo aos seus agentes para que boicotem o espectáculo da cantora, no contexto da sua nova digressão mundial, que tem início naquela cidade no dia 27 de Abril.

A polícia entende que a cantora promoveu o movimento radical Panteras Negras durante a sua recente actuação no intervalo do Super Bowl e que o novo vídeoclipe expõe posições anti-polícia. "O facto de Beyoncé ter usado o Super Bowl deste ano para dividir os americanos através da promoção dos Panteras Negras e a sua mensagem contra a polícia mostram como ela não é compatível com a aplicação da lei", afirmou o presidente do sindicato policial de Miami, Javier Ortiz, em comunicado. Recorde-se que os Panteras Negras surgiram nos anos 60 como movimento destinado a proteger os negros americanos da brutalidade policial, que depois evoluiu para um partido.

Beyoncé foi este ano uma das estrelas do espectáculo do intervalo do Super Bowl, a final da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL), em que apresentou a sua nova música Formation, acompanhada de um vídeo. A actuação em geral, incluindo as roupas e as bailarinas que acompanharam a cantora, desencadeou críticas de vários departamentos de polícia, por considerarem que aludiu àquele movimento radical e a outros mais recentes.

Javier Ortiz assinalou que estas "mensagens contra os polícias" levaram o sindicato Ordem Fraternal da Polícia de Miami, que representa 1100 agentes, a apelar a um boicote ao concerto de Beyoncé, que terá lugar no estádio de beisebol dos Los Marlins, em Miami.

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