Reuniões com a troika são apenas “a nível técnico” e não político

Elementos da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu não vão reunir com membros do Governo.

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As avaliações da troika pós-programa de ajustamento são feitas até Portugal pagar todo o empréstimo Rui Gaudêncio

Os técnicos de Bruxelas, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu estão nesta quarta-feira em Lisboa para discutir a política económica e orçamental do país mas não vão reunir com qualquer membro do Governo. A informação é do gabinete do primeiro-ministro, António Costa, que sublinha que este é um encontro “técnico e não político”. Também o Ministério das Finanças diz que as reuniões são “meramente a nível técnico”.

O encontro é a terceira avaliação pós-programa a Portugal, realizada a cada seis meses desde que a troika saiu do país e terminou o programa de resgate financeiro. As reuniões vão continuar até que Portugal amortize a maior parte do empréstimo.

O representante da Comissão Europeia foi o primeiro a chegar a Lisboa, na segunda-feira. Do lado do FMI, a missão volta a ser liderada por Subir Lall. Tal como o PÚBLICO já deu nota, as discussões com as autoridades portuguesas deverão prolongar-se por uma semana, até ao dia 3 de Fevereiro. Os responsáveis do FMI contam, de acordo com fonte da instituição, “analisar o orçamento, o sistema bancário e os planos e prioridades do Governo, especialmente relacionados com as reformas estruturais”.

Do lado do BCE, que se dedica particularmente à situação do sistema financeiro, a expectativa é igualmente de uma missão com a duração de uma semana. A missão do banco central volta a ser liderada por Isabel Vansteenkiste.

Na última visita a Portugal, em Junho, a troika deixou recomendações e críticas, defendendo, nomeadamente, que as autoridades devem ser “cautelosas na reversão de medidas do lado da receita”. A consolidação orçamental, diz, “deve focar-se na despesa primária” e qualquer aumento do salário mínimo (que o Governo já aumentou para 530 euros) deve ser consistente “com os objectivos de promover o emprego e a competitividade”.

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