Ramalho Eanes: “Ou saltamos para o futuro ou acabamos por perdê-lo”

O ex-Presidente participou na campanha de Sampaio da Nóvoa, em Castelo Branco, na manhã desta terça-feira.

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Nuno Ferreira Santos
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No seu distrito, Eanes regressa ao passado. Já por aqui passou, nesta exacta fábrica Centauro que produz refrigeradores, em Fevereiro de 1982. Era Presidente da República e veio inaugurar o complexo, como mostra uma placa evocativa. Os donos oferecem-lhe uma foto emoldurada da placa. Eanes agradece, mas pede licença para a oferecer a Sampaio da Nóvoa, o candidato que está ao seu lado. “Fica aí, como prova de exigência”, diz, a sorrir. Nóvoa responde: “E de responsabilidade.”

Eanes é um dos apoiantes de peso da candidatura de Nóvoa. Ele que foi um Presidente com difíceis relações com o PS, e na passada eleição apoiou Cavaco Silva. Questionado pelos jornalistas, no final da visita, Eanes admitiu que via “semelhanças” entre ambos. Mas também “muitas diferenças”.

Numa curta entrevista ao PÚBLICO, explica a razão do seu apoio ao ex-reitor da Universidade de Lisboa, num dia que Nóvoa dedica a visitar "bons exemplos" de projectos económicos e industriais.

Quando é que percebeu que Sampaio da Nóvoa é o seu candidato ideal?
Conheço o professor Sampaio da Nóvoa há bastante tempo. Conheço a sua biografia. Entendo que é um homem que conhece muito bem a História. E que percebe muito bem por que é que Portugal entrou numa situação de “eclipse” como dizia [António] Sérgio. Naturalmente, conhece o Mundo e o país e sabe como podemos sair daqui. É um homem de missão mas é um homem normal, igual aos outros. É excelente na sua profissão. E sabe que só é possível modificar a economia de um país com inovação, conhecimento, através do ensino.

Chegou a dizer que esta eleição tem uma importância decisiva para o futuro. Porquê?
Eu acho que sim. Quando se olha para a Europa e para o país, constata-se que o tempo que se vive é de crise. Uma crise profunda. Mas os tempos de crise são também tempos de oportunidade e tempos de promessa. O que é necessário é aproveitá-la. Nós estamos num momento decisivo. Ou saltamos para o futuro ou acabamos por perdê-lo. E perdê-lo agora seria muito complicado...

O que espera desta candidatura?
Os portugueses têm vindo a afastar-se da política. Muitos cidadãos desistiram de ser actores do acontecimento público. Espero que esta campanha mobilize esses que se afastaram para que percebam que a sociedade só muda, o país só encontra uma via sustentada de desenvolvimento, se eles participarem. Essa participação exige mobilização, reivindicação e exige, quando for necessário, revolta. Uma revolta democraticamente entendida.  Espero que haja a possibilidade de mobilizar os portugueses. E que eles possam exigir que os governantes tomem decisões importantes e transparentes.

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