SIC assina acordo de distribuição de canais com a PT por três anos

Contrato também inclui a publicidade da PT nos meios de comunicação do grupo Impresa e exclusivo do Sapo com a venda de publicidade digital da Impresa.

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Nuno Ferreira Santos

A Impresa e a PT fecharam um acordo de três anos para a distribuição dos seis canais da SIC na plataforma Meo. O novo acordo com a PT (válido até Dezembro de 2018) abrange os direitos de transmissão dos canais generalista e temáticos do grupo SIC: SIC, SIC Notícias, SIC Radical, SIC Mulher, SIC K e SIC Caras (que até à data estava em exclusivo na NOS e que em Janeiro estará também na Vodafone) O anúncio do negócio foi feito pela Impresa esta terça-feira, sem especificar o valor do contrato.

Segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO, também fazem parte do pacote os negócios que já estavam no contrato anterior com a operadora de telecomunicações: a publicidade da PT nos meios de comunicação pertencentes à Impresa (o grupo presidido por Francisco Pinto Balsemão tem títulos como o Expresso, a Exame e a Visão, entre outros) e o exclusivo atribuído ao Sapo da venda de publicidade digital em todos os meios de comunicação do grupo Impresa.

O acordo põe fim a um longo processo negocial entre a Impresa e a PT, que, já sob a liderança da Altice, reviu os contratos com todos os fornecedores – incluindo os de conteúdos – pretendendo, em alguns casos, reduções de 30% e 40% no valor dos contratos.

No caso dos operadores de televisão estavam em causa valores anuais de 22 milhões de euros (SIC), dez milhões (RTP) e seis milhões (TVI), segundo noticiou em Julho o Correio da Manhã. Francisco Balsemão, reagiu, através de uma carta aberta, à notícia do Correio da Manhã, afirmando ser “falso que o Meo pague 22 milhões de euros à SIC para exibir os seus canais”. Na mesma carta, recordou que o acordo com a PT também engloba a publicidade nos meios de comunicação da Impresa e a venda de publicidade digital pelo Sapo.

Certo é que a postura da Altice levou os três operadores de televisão a queixarem-se ao regulador da comunicação social, como o PÚBLICO avançou em Outubro. A RTP, a SIC e a TVI apresentaram uma reclamação à ERC porque a distribuidora de televisão por cabo e satélite pretendia deixar de lhes pagar por distribuir os seus canais.

Ainda assim, a empresa liderada por Paulo Neves chegou a um acordo de três anos com a RTP no início de Novembro e, agora, assina com a empresa de Carnaxide. No caso da TVI, as negociações com a PT prosseguem pois o contrato com a estação só termina no início do próximo ano.

A conclusão do processo negocial com a PT “permitirá à Impresa cumprir os objectivos de crescimento que traçou para 2016 e permitirá ao Meo disponibilizar aos seus clientes os melhores conteúdos em português”, destaca o comunicado do grupo.

“Conseguimos chegar a um acordo muito relevante para o grupo Impresa com um parceiro importante para nós. Além disso, vamos alargar a audiência potencial dos nossos seis canais nacionais a mais espectadores”, afirmou Pedro Norton, o presidente executivo da Impresa, citado no comunicado.

Trata-se de mais um capítulo na “guerra” entre operadores pelos conteúdos de que foi exemplo recente o contrato assinado no início da semana passada entre a CMTV e a Nos. O canal de televisão do grupo Cofina vai deixar de ser um exclusivo Meo a partir da próxima semana, para passar a estar na grelha da Nos. A Vodafone também já manifestou interesse em ter este canal noticioso na sua oferta de televisão paga.

O canal de televisão da Cofina também emite para Angola e Moçambique e tem emissão contínua (24 horas por dia), apostando em sinergias com os títulos Correio da Manhã, Jornal de Negócios, Record, Sábado e Flash. Tem tido um crescimento de audiências significativo, rivalizando com a SIC Notícias, TVI24 e RTP 3.

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