DIAP investiga suspeitas de corrupção no INEM

Ex-presidente do instituto não participou ao Ministério Público caso envolvendo ex-responsável da logística.

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Seis das nove ambulâncias serão operadas pelo INEM e três por bombeiros. Nelson Garrido (arquivo)

O Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP) está a investigar suspeitas de corrupção na secção de logística do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), disse fonte da Procuradoria-Geral da República.

A edição desta quarta-feira do Jornal de Notícias revela que o INEM terá omitido suspeitas de corrupção, depois de denúncias feitas ao anterior presidente, Paulo Campos, que não foram participadas ao Ministério Publico, como obriga a lei. A denúncia, que terá sido feita em Julho, visava o ex-responsável da logística.

De acordo com o jornal, só a 16 de Setembro o INEM pediu uma auditoria externa à logística e sistemas de informação, para "detectar e analisar eventuais riscos de segurança da informação, de fraude e de corrupção". Fonte da Procuradoria-Geral da República confirmou a existência de um inquérito relacionado sobre o assunto, que se encontra em segredo de justiça.

De acordo com o Jornal de Notícias, Paulo Campos não explicou por que razão não participou o caso ao Ministério Público. Em vez disso optou por levar a cabo vários procedimentos, entre os quais fazer reuniões "com os elementos envolvidos", para decidir o que fazer sobre o assunto. O relatório da auditoria foi apresentado ao INEM a 15 de Outubro, dia em que Paulo Campos foi formalmente suspenso de funções, e enviado depois à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde, para que esta realizasse uma sindicância, se assim o entendesse, diz o INEM, garantindo que agora vai "agir disciplinarmente" contra um suspeito, Patrício Ramalho.

Em causa está a eventual ligação de Patrício Ramalho, substituído no cargo há duas semanas, a uma empresa fornecedora do INEM que se dedica a transformar veículos em ambulâncias, a Futurvida. De acordo com a notícia, o processo disciplinar tem como fundamento "uma eventual prestação de serviços a outra entidade", com acumulação de funções sem autorização.

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