Luaty Beirão e mais dois activistas em greve de fome

Activistas iniciaram o protesto para denunciar a morosidade do julgamento que se arrasta desde 16 de Novembro.

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Luaty já tinha estado 36 dias em greve de fome Paulo Pimenta

Pelo menos três dos 15 activistas presos preventivamente em Luanda por estarem alegadamente a preparar uma revolta contra o Presidente angolano começaram nesta quinta-feira uma greve de fome. Luaty Beirão, Domingos da Cruz e Sedrick de Carvalho protestam contra a demora no julgamento, que começou a 16 de Novembro mas que, no final da semana passada, ouvira apenas oito dos 17 acusados – há duas mulheres que aguardam julgamento em liberdade. 

A mulher de Luaty Beirão, o rapper que esteve em greve de fome durante 36 dias, confirmou ao PÚBLICO que ele iniciou uma segunda greve de fome esta quinta-feira às 8h. Também as mulheres de Sedrick de Carvalho e Domingos da Cruz, o professor universitário autor do livro Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura cuja consulta e discussão levou à detenção dos jovens em Junho, disseram ao PÚBLICO por telefone que os activistas iniciaram uma greve de fome. Nenhuma conseguiu confirmar se mais algum dos outros detidos lhes seguiu as passadas. A mulher de outro detido, José Gomes Hata, contou ainda que o rapper recebeu a comida que ela lhe levou mas não conseguiu confirmar se ele iniciou greve de fome também. 

A ameaça de uma greve de fome colectiva foi lançada há uma semana por 14 dos 15 detidos, numa carta em que criticavam também a interferência do poder presidencial na acusação. O PÚBLICO confirma apenas a greve destes três activistas.

Na carta aberta a José Eduardo dos Santos, os subscritores denunciam as “interferências” do chefe de Estado num julgamento de “natureza teatral”. “Temos testemunhado em primeira mão a sua interferência ao longo de todo o processo e particularmente agora, em plena sede de julgamento. Os seus homens disfarçam-se tão mal que se esquecem de remover da lapela dos fatos que envergam os timbres da presidência”, lê-se na carta que foi publicada no site Rede Angola.

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