O importante é massacrar

Cosmos é o Zulawski de sempre, massacrante e ribombante, sempre a disparar em várias direcções.

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“Subtileza” é uma palavra que dificilmente associaríamos a Zulawski, cineasta do excesso e da sobrecarga, do sublinhado e da acumulação simbólica, desde sempre elementos constitutivos do seu cinema. Daí que Cosmos nem reflicta os quinze anos de inactividade desde Fidelidade: é o mesmo Zulawski de sempre, massacrante e ribombante, sempre a disparar em várias direcções.

Podemos dizer que é uma noção particular de “economia”, visual e narrativa, relativamente anacrónica – parece algo vindo de uma determinada gaveta dos anos 70, a mesma onde Zulawski já estava com esse insuportável O Importante é Amar. Só em nome do anacronismo e da idiossincrasia exacerbada – raridades que importa, pelo menos, mencionar – é que vale a pena ter um módico de estima por Cosmos, filme tremendamente cabotino, e cansativo até mais não.

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