Instituições do cinema pedem ao governo que acuda ao ICA

Depois de um comunicado enviado ao novo ministro da Cultura por 39 realizadores e produtores, denunciando a situação de ruptura financeira do ICA e pedindo a intervenção de João Soares, 15 instituições do sector do cinema reforçaram agora esse apelo, exigindo “medidas extraordinárias”.

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Daniel Rocha

Mais de uma dúzia de instituições ligadas ao cinema, de associações de realizadores a festivais e produtoras, apelou esta quinta-feira ao novo governo para que tome rapidamente “medidas extraordinárias” para resolver a situação criada pela falta de verbas do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), que o impede de cumprir com os compromissos contratualizados com os produtores e outras entidades do sector.

“Caso não seja tomada uma decisão sobre esta grave situação, muitos produtores independentes ficarão na falência, com prejuízos avultados e dívidas volumosas”, garantem os signatários, para os quais “está em causa a sobrevivência do cinema e do audiovisual português”.

A  Associação de Produtores Independentes de Televisão, a  Associação Portuguesa de Realizadores, a  Associação pelo Documentário (APORDOC ) e a Associação dos Realizadores do Cinema de Animação (TRUCA), mas também o DocLisboa, e o festival  Curtas de Vila do Conde, e ainda produtoras e distribuidoras como O Som e a Fúria ou a Midas, assinam este documento, que vem reforçar um apelo semelhante já enviado esta semana ao novo ministro da Cultura, João Soares, por 39 nomes do cinema português, incluindo os realizadores Pedro Costa, João Canijo e Joaquim Pinto.

Reconhecendo que a actual Lei do Cinema e Audiovisual veio criar novas formas de financiamento do sector, e que, “apesar das dificuldades, os concursos têm estado a funcionar desde 2014”, as instituições signatárias do comunicado agora divulgado dizem que “tudo está agora em causa” e que “este incumprimento por parte do ICA conduzirá, sem dúvida, à paragem imediata de rodagens bem como à não iniciação de outras previstas”, “com todas as consequências que tal implica, nomeadamente quanto aos empregos associados”.

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