Não houve propostas para a Feira Popular mas houve pedidos para alargar o prazo

À Câmara de Lisboa chegaram três “manifestações de interesse firmes e fundamentadas” para a compra do terreno da antiga Feira Popular.

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O terreno onde esteve a Feira Popular Mara Carvalho

A Câmara de Lisboa não recebeu qualquer proposta para a compra do terreno da antiga Feira Popular. Ainda assim, o presidente do município sublinha ter recebido três “manifestações de interesse firmes e fundamentadas”, acompanhadas de solicitações para que seja dado mais tempo aos interessados para a conclusão das propostas. 

Terminou às 17h desta quarta-feira o prazo que tinha sido estipulado pela autarquia para que os candidatos à compra do terreno formalizassem as suas ofertas. Um prazo que tinha sido já definido depois de uma primeira hasta pública, realizada em meados de Outubro, ter ficado deserta.

Desta vez também não houve propostas mas, como se sublinha num comunicado enviado ao fim da tarde, “a Câmara de Lisboa recebeu três manifestações de interesse firmes e fundamentadas, por parte de investidores devidamente identificados, com solicitação da prorrogação do prazo para entrega de candidaturas que estão ainda a ser desenvolvidas”.

A autarquia, acrescenta-se, irá agora “avaliar” os pedidos que lhe chegaram, prometendo para “breve” o anúncio de uma decisão sobre o seguimento que será dado a este processo, “tendo em vista a salvaguarda do interesse público e o adequado desenvolvimento da cidade de Lisboa”.

Questionado pelo PÚBLICO sobre o assunto, o presidente da câmara adiantou que vai submeter à consideração dos vereadores a decisão sobre a resposta a dar às solicitações feitas. “Vamos decidir isso muito em breve”, garantiu, acrescentando ver “de forma positiva” o facto de ter havido “manifestações de interesse firmes e fundamentadas”.

Fernando Medina não valorizou o facto de ainda não ter sido desta que foi concretizada a alienação do terreno em Entrecampos, para o qual tinha sido definido um valor base de 135,7 milhões de euros. Um valor cuja importância é reconhecida pela autarquia no recentemente aprovado orçamento para 2016, no qual se diz que “o efeito negativo no passivo decorrente dos processos Bragaparques e EPUL ficará tendencialmente anulado com a venda dos terrenos da antiga Feira Popular”.  

“Esta é uma das maiores operações imobiliárias da Europa neste momento”, notou esta quarta-feira o presidente de câmara, frisando que o futuro comprador irá fazer no local um investimento “de dimensão financeira várias vezes superior ao valor da compra do terreno”. Face a isso, o autarca socialista considerou que “é perfeitamente natural que haja um cuidado grande”, por parte de potenciais interessados no negócio, “na avaliação e na construção das propostas”.

Fernando Medina falava à margem de uma visita ao Centro Infantil João de Deus, uma creche com berçário que abriu em Setembro nas antigas instalações da antiga Junta de Freguesia do Campo Grande, na Rua Ernesto de Vasconcelos, junto ao Jardim do Campo Grande.

Com a reorganização administrativa do concelho de Lisboa, a sede da junta, na qual funcionava também um jardim-de-infância, transitou para a Junta de Freguesia de Alvalade (que passou a agregar as freguesias do Campo Grande e de São João de Brito). Ao PÚBLICO, o seu presidente explicou que o estabelecimento de ensino não cumpria os requisitos legalmente exigíveis, pelo que tomou a “decisão muito dura e difícil” de o encerrar, numa altura em que era frequentado por 24 crianças. 

Depois disso, André Caldas optou por entregar o edifício, inaugurado em 1935, à Associação de Jardins Escolas João de Deus, que promoveu a sua requalificação para aí instalar uma creche com capacidade para meia centena de crianças. O presidente da Junta de Freguesia de Alvalade acrescentou que foi também promovida, desde logo como forma de compensar o encerramento do jardim-de-infância que existia na Rua Ernesto de Vasconcelos, a abertura de duas novas salas de ensino pré-escolar na Escola Básica São João de Brito.

A entrega daquelas instalações à Associação de Jardins Escolas João de Deus implicou o fecho de um dos três pólos de atendimento da Junta de Freguesia de Alvalade. Por enquanto, esse pólo funciona num monobloco colocado à porta do edifício, mas segundo André Caldas ainda este ano ou no início do próximo o atendimento ao público passará a ser feito em instalações junto à Biblioteca dos Coruchéus.

De acordo com o autarca socialista está ainda prevista a abertura de um quarto pólo da junta na Quinta dos Barros. Quando isso acontecer, destacou André Caldas, a “descentralização” dos serviços da junta será uma realidade.

Depois da visita à nova creche, na qual ficou garantido que terão lugar “28 crianças da freguesia”, André Caldas e Fernando Medina seguiram para o Complexo Desportivo Municipal do Casal Vistoso. Aí realizou-se uma reunião pública descentralizada da câmara, dedicada às freguesias de Alvalade e do Areeiro.

Os problemas provocados por dois estabelecimentos existentes junto ao Jardim do Arco do Cego, que vendem cerveja para a rua em copos de plástico, e as obras em curso no Bairro do Arco do Cego foram dois dos assuntos levados pelos moradores. Na reunião ouviram-se também queixas relativas a falta de limpeza, acumulação de lixo e incómodos causadas pelos pombos.

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