Autoridades confirmam morte do presumível cérebro dos ataques em Paris

Abdelhamid Abaaoud foi morto durante a ofensiva da polícia em Saint-Denis.

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A procuradoria de Paris confirmou esta quinta-feira que o belga Abdelhamid Abaaoud, presumível cérebro dos ataques terroristas em Paris, foi morto na ofensiva da polícia francesa em Saint-Denis. O corpo de Abaaoud foi "formalmente identificado", anunciou a procuradoria.

Durante a operação na zona de Saint-Denis, em Paris, na noite de terça para quarta-feira, oito pessoas foram detidas e pelo menos duas morreram, mas o procurador de Paris não abriu o jogo nas horas que se seguiram.

François Molins disse na quarta-feira não saber se o belga Abaaoud morrera no raide, recusou-se a especificar quantos corpos estavam no edifício e a dar a identidade dos detidos. Segundo o responsável, os especialistas forenses estavam ainda a analisar os corpos.

A confirmação de que Abaaoud é uma das vítimas mortais chegou na manhã desta quinta-feira.

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Abdelhamid Abaaoud é um conhecido jihadista belga que vivia na Síria. Foi para lá que fugiu depois de ter escapado por pouco a uma operação que evitou em Janeiro um grande atentado em Bruxelas.

Esse ataque seria executado por ele e por dois cúmplices em nome do grupo Estado Islâmico, poucos dias depois dos ataques ao Charlie Hebdo e ao supermercado kosher, em Paris. Os dois jihadistas morreram em Verviers numa troca de tiros com a polícia, mas Abaaoud conseguiu escapar da Bélgica e da Europa, embora a sua cara estivesse em todas as televisões e jornais.

É ainda difícil avaliar exactamente a importância deste homem para os atentados em Paris. Em todo o caso, o Le Monde é peremptório. A ligação "está estabelecida" e os investigadores têm "a certeza" de que, "de uma forma ou de outra", Abaaoud participou na elaboração dos ataques de sexta-feira.

Era próximo de Salah, com quem esteve detido na Bélgica por assalto à mão armada. E o New York Times adianta que esteve recentemente em contacto com o bombista de mãe portuguesa que fez parte da carnificina do Bataclan.

A história quase cinematográfica de Abdelhamid Abaaoud transformou-o numa das figuras mais mediáticas no movimento jihadista global. Fez também dele uma recordação incómoda para os sistemas de informação europeus, que em vários momentos o deixaram escapar por entre a rede. Desde que Abaaoud foi pela última vez para a Síria, há menos de um ano, planeou ou ajudou a planear pelo menos cinco ataques em solo europeu.

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