Bélgica rejeita críticas e propõe novas leis de combate ao extremismo

Primeiro-ministro diz que os serviços secretos têm um trabalho "duro e difícil". Medidas incluem compra de cartões pré-pagos de forma anónima e buscas domiciliárias a qualquer hora, de dia ou de noite.

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O primeiro-ministro belga quer orçamento de 400 milhões de euros para combater o terrorismo Yves Herman/Reuters

O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, prometeu lançar uma vasta operação para identificar e deter indivíduos com ligações ao extremismo islâmico. Ao mesmo tempo que anunciou a aprovação de um orçamento de 400 milhões de euros para esse fim, o chefe do Governo belga rejeitou as críticas feitas aos serviços secretos do seu país na sequência dos ataques em Paris.

Num discurso no Parlamento, o primeiro-ministro belga anunciou que o seu Governo vai apresentar uma série de propostas para combater o extremismo islâmico, que incluem a detenção de presumíveis jihadistas que regressem da Síria; a proibição de “pregadores de ódio”; o encerramento de locais de culto que não estejam registados; a compra de cartões pré-pagos de forma anónima; e a autorização para que a polícia possa realizar buscas domiciliárias a qualquer hora, de dia ou de noite.

A comuna de Molenbeek, na região de Bruxelas, é o epicentro das investigações aos ataques terroristas da semana passada em Paris, depois de ter sido revelado que pelo menos dois dos atacantes viviam lá.

Ao mesmo tempo que o primeiro-ministro belga falava no Parlamento, a polícia do país levava a cabo uma operação em Molenbeek, anunciou uma fonte do Governo à agência Reuters.Nove pessoas foram detidas para interrogatório  no quadro das investigações relacionadas com os atentados de Paris e com pessoas ligadas a Bilal Hadif, um dos jihadistas que morreram nos ataques. 

Nos últimos dias – depois dos ataques em Paris, que fizeram pelo menos 129 mortos –, têm-se repetido as críticas aos serviços secretos belgas nos media franceses, com fontes das secretas de França a dizerem que “os belgas simplesmente não estão à altura”.

Na sua comunicação, o primeiro-ministro da Bélgica não admitiu que os ataques em Paris não foram planeados em território belga, e atribuiu a responsabilidade a “células franco-belgas”.

“Também não aceito as críticas que procuram rebaixar os nossos serviços secretos, que têm um trabalho muito duro e difícil”, disse Charles Michel.

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