Choradinho Indie

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Há poucas semanas, numa conversa publicada neste suplemento, Sara Driver discutia a transformação do dito “cinema independente” americano, a passagem daquela raiz punk muito nova-iorquina (que ela e Jarmusch, entre outros, interpretaram nos idos de 80) a uma coisa muito mais indistinta, mera réplica de uma lógica mainstream. Esta Canção de uma Vida, lamechice pegada, serviria bem para ilustrar essa conversa. Sentimentalismo adolescente (a irmã, Anne Hathaway, a tentar “conhecer” o irmão, em coma, pelas canções de que ele gostava), uma densidade narrativa com uma placidez de telenovela, personagens que são clichés ambulantes (o músico de Johnny Flynn), e uma espécie de bondade tão ingénua no olhar sobre tudo e todos que se torna insuportável.

Desperdício de actores (ainda a reaparecida Mary Steenburgen), desperdício de tempo, desperdício de dinheiro (diz a Internet que foi um flop: trinta mil dólares de receita para um budget de seis milhões).

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