"A França está em guerra", repete Hollande em Versalhes

O Presidente francês vai reunir-se "nos próximos dias" com Obama e Putin e quer a aprovação de uma resolução contra o terrorismo no Conselho de Segurança da ONU.

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François Hollande está afalar às duas câmaras do Parlamento, no Palácio de Versalhes Philippe Wojazer/Reuters

O Presidente francês, François Hollande, disse esta segunda-feira em Versalhes que "a França está em guerra". Por isso, vai ser votada na quarta-feira uma resolução que visa prolongar, por três meses, o estado de emergência no país.

Defendeu uma mudança na Constituição para introduzir uma cláusula relativa a situações de crise, como esta. E disse que a Constituição deve permitir que cidadãos com dupla nacionalidade sejam privados da nacionalidade francesa e impedidos de entrar no país, quando houver risco de terrorismo. "Os estrangeiros que representem um risco de segurança devem ser rapidamente expulsos", defendeu.

"A França está em guerra. Há um exército jihadista que nos combate, porque a França é o país da liberdade, porque a França é a pátria dos direitos humanos", disse. A última vez que um presidente francês se dirigiu, em Versalhes, às duas câmaras do Parlamento foi em 2009, quando Nicolas Sarkozy fez um discurso sobre a crise financeira mundial.

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"A França não está envolvida numa guerra de civilizações, porque estes assassinos não representam uma civilização", disse Hollande, que pediu uma reunião de emergência no Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre terrorismo. "Nos próximos dias", disse também, vai reunir-se com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin.

"Os patrocinadores dos ataques de Paris têm de perceber que os seus crimes reforçam a determinação de França para os combater e destruir", disse o chefe de Estado francês.

"Hoje, o nosso país está de luto. Lembramos os inocentes que morreram, abatidos por homens armados nas ruas de Paris e nos seus subúrbios. Pensamos nas centenas de jovens, rapazes e raparigas, que ficaram traumatizados com os ataques. Alguns ainda lutam pela vida", disse Hollande no seu discurso de declaração de guerra em Versalhes.

O chefe de Estado francês, que no seu discurso abarcou vários temas relacionados com a segurança da Europa, exigiu também a rápida implantação de um “sistema de controlo coordenado” nas fronteiras externas e internas da União Europeia. “Se a Europa não controlar as suas fronteiras externas, então é o regresso das fronteiras nacionais”, disse. “E isto será o desmembramento da União Europeia.”

Hollande anunciou que haverá um aumento no orçamento da polícia e da Defesa e disse que as Forças Armadas têm de ter mais meios ao seu dispor.

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