Polícia francesa divulga foto de um cúmplice em fuga

Três irmãos franceses que viviam na Bélgica participaram nos ataques, um deles anda a monte. Há detenções em Paris e Bruxelas

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A polícia francesa divulgou imagens do suspeito que está a ser procurado por cumplicidade nos ataques terroristas de sexta-feira DR
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As autoridades estão à procura de cúmplices FLORIAN DAVID/AFP
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As autoridades estão à procura de cúmplices BERTRAND GUAY/AFP

A polícia francesa divulgou uma fotografia de um “suspeito que poderá estar implicado nos atentados de Paris” que fizeram 129 mortos. É identificado como Salah Abdesalam e que é alvo de um mandado de captura internacional emitido pela justiça belga, apelando a informações que contribuam para a sua captura.

Com 25 anos (nascido a 15 de Setembro de 1989), Abdesalam é considerado “um indivíduo perigoso”. Residia na comuna de Molenbeek, em Bruxelas, onde já há a muitos as autoridades tinham identificado a existência de uma célula jihadista.

Outros dois irmãos de Abdesalam participaram nos ataques de sexta-feira à noite em Paris: Ibrahim foi um dos sete jihadistas que puseram em prática os atentados e morreram no seu decurso e Mohamed foi detido mis tarde na Bélgica.  

De acordo com o jornal “Le Monde”, o nome de dois dos irmãos estava no contrato de aluguer de dois carros com matrícula belga usados nos atentados, um Volkswagen Polo e um Seat, ambos pretos. A polícia francesa encontrou neste domingo o segundo dos dois veículos usados pelos jihadistas – não o Volkswagen da sala de espectáculos do Bataclan, onde morreram 89 pessoas, mas o Seat que se diz ter sido usado nos ataques a bares e restaurantes.

O carro foi encontrado fora do centro de Paris e longe do local dos ataques, tinha dentro várias espingardas automáticas Kalashnikov, como as que foram usadas, e bate certo com a descrição dada à polícia por sobreviventes.

Foi um bilhete de estacionamento de Molenbeek que levou no sábado a polícia a fazer a ligação à Bélgica. Neste domingo, o procurador belga era citado pela AFP dizendo que dois dos jihadistas de pParis eram cidadãos franceses que viviam em Bruxelas.

A mãe portuguesa
Em França, subiram para sete as detenções de suspeitos ligados aos atentados de Paris. São pessoas próximas do homem francês que já no sábado fora identificado pela polícia como um dos atacantes do Bataclan. Só neste domingo se soube o seu nome: Ismael Omar Mostefai, nascido nos arredores de Paris numa família de origem argelina, em que a mãe seria portuguesa, segundo o jornal The New York Times. Tinha 30 anos e fazia parte das “Listas S” que os serviços de informações franceses usam para controlar suspeitos de radicalização. 

O pai e o irmão de Mostefai foram os primeiros a ficarem sob a custódia das autoridades. O irmão, de 34 anos, dirigiu-se voluntariamente à polícia quando soube que Mostefai estava envolvido nos episódios da noite de sexta-feira. A polícia fez também buscas em casa do pai. 

Passaporte sírio
O passaporte sírio encontrado junto ao corpo de um dos atacantes de sexta-feira estava registado no nome de um refugiado que passou por vários países europeus no mês passado. A Grécia identificou-o como Ahmad Almohammad, de 25 anos, natural da cidade de Idlib, que entrou na União Europeia através da ilha de Leros a 3 de Outubro.

As autoridades francesas não confirmaram que o consideram como um suspeito. Um porta-voz dos serviços secretos alemães disse à BBC que "centenas" de refugiados têm sido abordados por recrutadores do Estado Islâmico em centros de recepção e registo na Europa. E o tráfico de passaportes sírios falsificados - que significa uma quase certa atribuição de asilo na União Europeia - é um negócio florescente nos dias que correm. “É errado dizer que refugiado é igual a terrorista”, sublinhou o ministro grego da Imigração, Yannis Mouzalas, citado pela Reuters.

Dias depois, estava a atravessar a fronteira da Macedónia com a Sérvia, onde solicitou asilo formalmente, declarou o Ministério do Interior de Belgrado. A 8 de Outubro estava no campo de refugiados de Opatovac, na Croácia, e daí terá passado para a Hungria e possivelmente para a Áustria, onde se perde o seu rasto – mas não havia qualquer alerta na Interpol em seu nome.

 

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