PSD apela a que PS apoie o futuro Governo de Passos

Sociais-democratas pedem sentido de responsabilidade à bancada socialista.

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Marco António Costa Nuno Ferreira Santos

Marco António Costa, porta-voz do PSD, apelou ao “sentido de responsabilidade” do PS na Assembleia da República como indispensável para a manutenção do futuro Governo liderado por Passos Coelho.

Logo depois da comunicação ao país de Cavaco Silva, o coordenador da comissão permanente do PSD afirmou ser agora “o tempo da responsabilidade do Parlamento”, depois de encerrado o tempo do Presidente.

Para a “manutenção das condições de estabilidade do Governo e a manutenção da confiança” é “indispensável que seja possível contar com o sentido de responsabilidade daqueles que no arco parlamentar que sempre estiveram coincidentes com as grandes causas nacionais”, defendeu. O dirigente não se referiu directamente ao PS, mas o recado é para o partido liderado por António Costa, que tem partilhado a opção da integração europeia e da participação de Portugal na NATO.

Marco António Costa lembra que, se não há uma solução de Governo “estável”, a culpa é do PS que não a quis oferecer. Mas apela a que essa solução de “estabilidade” – que não surgiu das eleições - possa agora surgir no “âmbito parlamentar” .

A declaração do dirigente do PSD começou por referir que a decisão de Cavaco Silva de indigitar Pedro Passos Coelho para primeiro-ministro “constitui o respeito pela expressão democrática” das eleições de 4 de Outubro e que “está em total conformidade com a prática constitucional” da democracia portuguesa.

O mesmo argumento foi usado por Cavaco Silva, quando justificou a indigitação de Passos Coelho ao dizer que seguiu a regra que “sempre vigorou” na democracia e citou o artigo 187º da Constituição. O artigo prevê que o Presidente da República nomeie o primeiro-ministro, “tendo em conta os resultados eleitorais”. 

Pelo CDS, Nuno Melo congratulou-se com a decisão de Cavaco Silva que fez, disse, “aquilo que todos os Presidentes da República fizeram nos últimos 40 anos”, isto é, indigitou como primeiro-ministro o representante “do partido que mais votos teve”. 

"Indigitar quem venceu é um acto normal em democracia e optar por quem perdeu é que seria estranho", disse, acrescentando esperar agora que os deputados da Assembleia da República garantam a “estabilidade” ao país. 

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