Assunção Esteves despede-se com um “até já”

Deputados elogiaram Presidente da Assembleia da República na última sessão a que presidiu na legislatura que agora termina.

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Assunção Esteves entendeu que as alteraçoes têm de ser discutidas na especialidade Miguel Manso

A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, retribuiu com "gratidão" e disse que se iria manter na política, depois de ser elogiada por todas as bancadas parlamentares na ultima sessão da legislatura a que presidiu.

Na reunião da comissão permanente – que reúne fora do funcionamento efectivo do Parlamento –, Assunção Esteves mostrou-se emocionada e surpreendida pela despedida "formal" e elogios que lhe foram dirigidos pelos líderes das bancadas e pela secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares.

“Nunca deixarei de ser política e de estar na política. Sinto que a política é o lugar em que clamorosamente jogamos a nossa existência”, disse a social-democrata, acrescentando que volta ao partido em que milita. "Amei o Parlamento", rematou.

A primeira mulher que presidiu à Assembleia da República – e que agora não foi eleita deputada por não integrar as listas de candidatos -  recordou a metáfora de Cervantes que referiu quando foi eleita, em 2011, e disse ter tentado estar entre o “pragmatismo de Sancho Pança e o idealismo de Dom Quixote”.

Admitindo “erros e deficiências”, a antiga juiz do Tribunal Constitucional disse ter uma “gratidão sem limites” e despediu-se com um “até já”. Os deputados do PSD, CDS  PS aplaudiram de pé, os do PCP, BE e PEV mantiveram-se sentados.

Mas os elogios vieram de todas as bancadas. Começou pela bancada do PS. Ferro Rodrigues, o ainda líder parlamentar dos socialistas e que já se assumiu como candidato à presidência da Assembleia, assumiu sair da legislatura com “muito mais admiração” por Assunção Esteves, num período que teve “momentos difíceis”. Esse foi, aliás, um aspecto referido por quase todos os deputados, desde o PSD, ao CDS, ao PCP, ao PEV e ao BE.

O líder da bancada do PSD elogiou a forma “isenta e imparcial” como Assunção Esteves exerceu o seu mandato. “De tal forma que nos esquecemos que foi essa [a bancada do PSD] a origem da senhora presidente”, afirmou.

A nova legislatura inicia-se na próxima sexta-feira. O líder do PSD pedirá a um deputado para presidir aos trabalhos durante a manhã até que um novo presidente seja eleito. 

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