Aécio reconduzido para a liderança do PSDB a pensar na presidência do Brasil

O ex-candidato presidencial quer concorrer novamente em 2018, mas para isso terá de enfrentar concorrência dentro do partido. PSDB espera que Dilma não termine o mandato.

Foto
Líder do maior partido de oposição no Brasil acredita que Dilma Rousseff não termina o mandato Ueslei Marcelino / Reuters

O senador e ex-candidato à presidência do Brasil, Aécio Neves, foi reeleito no domingo para um novo mandato dois anos como líder do principal partido de oposição. A decisão já estava tomada de antemão, como escreve a Folha de São Paulo, e a convenção nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em Brasília serviu sobretudo para marcar agenda e apontar armas à Presidente Dilma Rousseff e ao seu Partido dos Trabalhadores (PT).

Dilma está altamente fragilizada e a convenção do PSDB não o esqueceu. O escândalo de corrupção na petrolífera do Estado atingiu vários altos-responsáveis do PT e a própria campanha eleitoral da Presidente do Brasil, em 2014, está a ser investigada por suspeitas de ter recebido dinheiro de subornos da Petrobras. Para além disso, o Tribunal de Contas brasileiro está a investigar o executivo de Dilma por alegadas tentativas de manipulação das contas do Estado.

O tom consensual na reunião dos sociais-democratas era o de que o actual Governo não conseguirá terminar o mandato. “Ela terá dificuldades para concluir o mandato”, disse Aécio sobre Dilma, no seu discurso de consagração como presidente do partido. “Dentro de muito pouco tempo, não seremos mais a oposição, vamos ser Governo”, acreditou.

Mas Aécio Neves tem de enfrentar concorrência dentro do partido para conseguir ser novamente candidato às presidenciais brasileiras. Para além do actual líder do PSDB, também o senador José Serra e o governador Geraldo Alckmin, ambos de São Paulo, querem ser os candidatos em 2018, data das próximas eleições. Segundo o El País, os três candidatos fizeram um “acordo de unidade" que será válido até às eleições municipais de 2016. “Depois disso, a concorrência interna deve ganhar corpo”, diz a edição brasileira do diário espanhol.

Entre os três, escreve o diário Folha de São Paulo, há duas perspectivas sobre o caminho de oposição a Dilma Rousseff. Aécio Neves é mais prudente e prefere esperar que os processos judiciais abertos contra Dilma e o seu Governo sirvam como bases para anular o mandato. Já José Serra e Geraldo Alckmin – este último é governador de São Paulo e Serra é o seu antecessor no cargo – defendem uma aliança com o PMDB, o principal parceiro de coligação no Governo, para impugnar a presidência de Dilma. 

Sugerir correcção
Ler 3 comentários