Mais de mil milhões de euros não chegaram para o Spotify fazer dinheiro

Empresa vai anunciar novidades no dia 20. Imprensa antecipa serviço de vídeo para complementar o negócio da música.

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O serviço terminou 2015 com 60 milhões de utilizadores Enric Vives-Rubio

O Spotify, muitas vezes apontado como parte do futuro da indústria musical, está a crescer a bom ritmo, embora a empresa continue a perder milhões.

O popular serviço de música, cujo negócio funciona com uma mistura de assinaturas e de publicidade, facturou aproximadamente 1100 milhões de euros ao longo do ano passado, uma subida de 45% face ao ano anterior. Contudo, as contas da empresa, lançada há nove anos na Suécia, mantêm-se no vermelho: as perdas operacionais foram de 165 milhões de euros, mais 81% do que em 2013.

O Spotify não está em bolsa (embora uma oferta pública inicial esteja a ser antecipada há muito), pelo que não está sujeita às obrigações de divulgações de resultados das companhias listadas. A informação foi compilada pela agência Reuters a partir da documentação entregue pela empresa-mãe, a Spotify Technology, às autoridades do Luxemburgo, onde esta tem sede. 

A estratégia parece ser a de continuar a crescer, antes de pensar em fazer dinheiro. Para o dia 20 de Maio, a empresa agendou uma apresentação de novidades, sem revelar detalhes. Porém, os jornais Financial Times e Wall Street Journal, ambos citando fontes anónimas, noticiaram que se tratará de um serviço de vídeo, que não vai concorrer com serviços como o Hulu e o Netflix (que transmitem filmes e séries), mas que funcionará como um complemento do serviço de música, que continuará a ser o produto central. De acordo com aqueles jornais, para criar um serviço de vídeo, o Spotify já abordou com empresas como o YouTube (que é do Google e que lançou  recentemente um serviço de música) e a Time, um grupo de media, que edita dezenas de revistas.

O Spotify disponibiliza aos utilizadores duas modalidades. Uma é gratuita, tem limitações na escolha de música nos dispositivos móveis e as canções são intercaladas com anúncios. A outra, livre de publicidade, funciona com uma assinatura mensal de sete euros. De acordo com a empresa, o serviço chegou ao fim de 2014 com 60 milhões de utilizadores activos, 15 milhões dos quais eram pagantes. Já os músicos recebem em função do número de vezes que as suas canções são ouvidas.

Uma entrada do Spotify no vídeo abriria à empresa novas oportunidades publicitárias. Aqui, teria de concorrer, entre muitos outros, com o Facebook, que tem vindo a tentar atrair o interesse de anunciantes neste género de publicidade.

A música online tem sido um mercado agitado nos últimos anos. No início da década passada, o iTunes, da Apple, veio transformar o sector, ao vender canções individualmente através da Internet. Os serviços de transmissão (ou streaming), como o Spotify, surgiram entretanto e têm aliciado, por um lado, consumidores e, por outro, startups e grandes empresas. O Google – com um serviço próprio e também através do YouTube – e a Apple são dois pesos-pesados que lançaram os seus próprios serviços de streaming.

 

 

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