Medina não quer assumir a presidência do Conselho Metropolitano de Lisboa

Autarca justifica indisponibilidade com vontade de se dedicar em exclusivo à Câmara de Lisboa

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Poucos meses depois de a questão ter ficado finalmente pacificada, a presidência do Conselho Metropolitano volta a estar em discussão Rui Gaudêncio

O presidente da Câmara de Lisboa não é candidato à presidência do Conselho Metropolitano de Lisboa. O PÚBLICO sabe que Fernando Medina já comunicou à Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS a sua indisponibilidade para assumir o cargo, que justificou com o facto de querer dedicar-se a 100% ao município.

A presidência do Conselho Metropolitano, o órgão deliberativo da Área Metropolitana de Lisboa (AML), era até aqui ocupada por António Costa. Com a sua renúncia à presidência da Câmara de Lisboa, o cargo ficou vago, o que obrigará à realização de uma nova eleição para encontrar o seu sucessor. Como vice-presidentes deverão manter-se Hélder Sousa Silva e Paulo Vistas, respectivamente presidentes das câmaras de Mafra e de Oeiras.

A questão que se coloca agora está em saber se aquela renúncia, aliada ao facto de Fernando Medina não pretender suceder-lhe na presidência do Conselho Metropolitano, vai ou não abrir uma nova guerra neste órgão. Recorde-se que a questão da eleição de António Costa só ficou pacificada em Fevereiro deste ano, depois de o Supremo Tribunal Administrativo ter impugnado, por falta de quórum, a eleição para o cargo que se tinha realizado no final de 2013.   

Questionado sobre o que se poderá esperar do PCP na nova eleição, que previsivelmente terá lugar no dia 21 de Maio, o presidente da Câmara de Loures disse ao PÚBLICO que este assunto não foi até à data discutido pelos presidentes de câmara do partido. “Não abordámos ainda essa questão. Não é do nosso lado que tem que haver um impulso”, disse Bernardino Soares.

Ainda assim, o autarca lembrou que em meados de 2014 houve um facto importante: tomou posse a comissão executiva metropolitana (o órgão executivo da AML), que tem “uma constituição que foi negociada entre todos, e um primeiro secretário que é quem é”. Bernardino Soares refere-se a Demétrio Alves, ex-presidente da Câmara de Loures, que foi indicado para o cargo pelo PCP.

“Estamos a aguardar um contacto da FAUL. Não me vou antecipar”, disse por sua vez ao PÚBLICO o presidente da Distrital de Lisboa do PSD. Questionado sobre se o seu partido estará disponível para viabilizar a eleição de um autarca do PS para a presidência do conselho metropolitano, Miguel Pinto Luz limitou-se a afirmar que existe “total abertura” para discutir o assunto.

Já o chefe de gabinete do presidente da Câmara de Oeiras transmitiu que a posição defendida por Paulo Vistas no passado se mantém: o autarca independente entende que a presidência do conselho metropolitano deve ser ocupada pelo autarca de Lisboa. Confrontado com a indisponibilidade de Fernando Medina, Nuno Costa disse que assim sendo a sucessão de António Costa é um assunto que “tem que ser visto e conversado”.

Finalmente, o presidente da FAUL defendeu que com esta situação “não fica criado problema nenhum”. “Compreendo a prioridade do presidente da Câmara de Lisboa. Compreendo que se queira dedicar de corpo inteiro à câmara”, afirmou Marcos Perestrello, sublinhando que “teria sempre que haver uma nova eleição”.

O dirigente partidário recusou pronunciar-se sobre quem irá o PS indicar para suceder a António Costa, dizendo apenas que “isso será tratado a seu tempo”. Certo é que, com a saída de cena de Fernando Medina, a lista de possíveis sucessores tem apenas cinco nomes: Susana Amador (Odivelas), Carla Tavares (Amadora), Basílio Horta (Sintra), Nuno Canta (Montijo) e Alberto Mesquita (Vila Franca de Xira).  

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