A pouco auspiciosa estreia de Russell Crowe

A Promessa de uma Vida não promete realizador nenhum.

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A estreia de Russell Crowe na realização, numa produção australiana pensada para coincidir com o centenário da I Guerra e evocar a participação no conflito do célebre ANZAC, o corpo expedicionário composto por australianos e neo-zelandeses (como Crowe) que teve o seu momento mais dramático na Batalha de Gallipoli, na Turquia (outro “oceânico”, Peter Weir, evocou essa batalha em Gallipoli, um simpático filme de guerra feito nos anos 80).

No filme de Crowe a guerra é um flash-back, e ele próprio interpreta o protagonista, um fazendeiro australiano com dotes de vedor que, terminada a guerra, viaja para a Turquia no encalço dos três filhos, presumivelmente mortos em Gallipoli. Se é só a primeira realização de Crowe, é suficiente para apostar, com razoável certeza, que ele nunca será um Clint Eastwood, nem mesmo um Stallone.

A Promessa de uma Vida

é de uma banalidade irredimivelmente maçuda e pesadona, que acumula clichés sobre clichés sem ponta de invenção ou agilidade, e se contenta com a exibição de um sentimentalismo bastante indigesto (o constante matraquear da música, super-manipuladora, chega a ser encanitante). Mesmo o olhar sobre a “nova Turquia” saída da guerra resulta meramente esquemático e sem interesse nenhum – é a História só a servir de papel de parede, mais nada.

A Promessa de uma Vida

, portanto, não promete realizador nenhum.

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