Polícia mata jovem negro a três quilómetros de Ferguson

Autoridades dizem que o jovem estava armado e que apontou a pistola ao agente.

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Os protestos em Berkeley tiveram momentos violentos DR

Um agente da polícia de St. Louis, no estado norte-americano do Missouri, matou um jovem negro numa estação de serviço do subúrbio de Berkeley, a apenas três quilómetros de Ferguson, onde em Agosto um outro agente matou o adolescente Michael Brown.

As autoridades ainda estão a investigar o caso, mas a polícia do condado de St. Louis já avançou uma primeira versão dos acontecimentos, baseado no testemunho do agente envolvido.

De acordo com a nota, publicada no Facebook, um polícia de Berkeley parou numa estação de serviço por volta das 23h15 locais (5h15 desta quarta-feira em Portugal continental) para uma acção de rotina.

Assim que chegou ao local, o agente "viu dois homens ao lado do edifício" e saiu do seu carro-patrulha para se "aproximar dos indivíduos". Nesse momento, de acordo com o comunicado, "um dos homens sacou de uma pistola e apontou-a ao agente".

"Temendo pela sua vida, o agente da polícia de Berkeley disparou vários tiros, ferindo-o mortalmente. O segundo indivíduo pôs-se em fuga", lê-se ainda no comunicado.

A polícia diz ainda que recuperou a arma que terá sido usada pelo homem atingido pelo agente.

O jovem não foi identificado pelas autoridades, mas o jornal St. Louis Post-Dispatch avança que se trata de Antonio Martin, de 18 anos de idade.

O mesmo jornal conta que poucos depois de o agente ter disparado sobre Martin, a estação de serviço estava já ocupada por "várias dezenas" de manifestantes, incluindo pessoas que se destacaram nos protestos contra a morte de Michael Brown, em Agosto – o caso que deu origem ao mais recente debate sobre racismo nos Estados Unidos.

Em vídeos publicados no YouTube é possível ver-se a polícia a enfrentar manifestantes e muita confusão perto das bombas de gasolina da estação de serviço.

Um dos manifestantes, Mike Smith, de 30 anos, questionava a razão dos disparos. "Isto é ridículo. Depois do primeiro, isto deveria ter parado", disse, referindo-se à morte de Michael Brown. "A minha única pergunta é: o que é que ele fez ao certo para ser morto?"

A investigação ficou a cargo da Unidade de Crimes Contra Pessoas da polícia do condado de St. Louis. O jornal St. Louis Post-Dispatch escreve que a estação de serviço "parece ter câmaras de segurança viradas para o parque de estacionamento".

Como é natural nestes casos, as reacções através de comentários nas redes sociais e nos jornais são as mais variadas.

Num dos comentários ao comunicado da polícia de St. Louis no Facebook, uma utilizadora defende que "estes agentes estão apenas a fazer o seu trabalho, debaixo de um escrutínio que nunca foi tão apertado".

Na mesma rede social, um outro utilizador deixa um apelo directo: "Mostrem provas em vídeo não adulteradas e resolvam este caso de uma vez por todas."

No jornal St. Louis Post-Dispatch, uma leitora aconselhava as pessoas a esperarem por mais pormenores. "Algumas testemunhas dizem que ele não estava armado, mas também há relatos de que ele sacou de uma arma. Há versões contraditórias. Se não forem tendenciosos, não podem ter já uma opinião definitiva. Esperem que a história se desenvolva!"

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