A administração do Opart, o organismo que gere o Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), pediu uma reunião a Paolo Pinamonti “para ser esclarecida a questão de uma eventual incompatibilidade” entre o contrato que o musicólogo tem com o Teatro da Zarzuela, de que é director artístico em Madrid, e aquele que assinou em Novembro com o TNSC, do qual é consultor artístico desde Janeiro e ao qual terá feito na terça-feira um pedido de rescisão.

Na breve resposta enviada esta quinta-feira por email a quatro perguntas do PÚBLICO, a directora de relações externas do Opart, Raquel Maló Almeida, fez saber que “até à realização dessa reunião qualquer comentário é extemporâneo”. O Opart escusou-se assim a responder directamente se o pedido de Pinamonti já foi aceite; se, a tê-lo sido, implicará o abandono, pelo musicólogo, das suas funções ou apenas uma alteração da sua situação contratual de forma a evitar incompatibilidades com a lei espanhola; e se há já um nome para a eventual substituição do consultor artístico.

O PÚBLICO pediu ainda uma confirmação da notícia avançada ontem pelo Expresso dando conta de um ultimato da Secretaria de Estado da Cultura pedindo a demissão da administração da Opart. “Sobre esta matéria, nada temos a referir”, lê-se na resposta, que, sem confirmar ou desmentir claramente, acrescenta apenas: “Não alimentamos especulações.”