Argélia suspende futebol em memória de Albert Ebossé

Futebolista morreu ao ser atingido por pedra arremessada das bancadas.

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Albert Ebossé tinha 24 anos e era sinónimo de golos AFP

Albert Ebossé tinha-se tornado em sinónimo de golos na Liga argelina. O avançado camaronês de 24 anos era o goleador do JS Kabylie, emblema pelo qual assinou em Julho de 2013. Mas a partida de sábado frente ao USM Alger seria a última da sua carreira: atingido na cabeça por uma pedra arremessada das bancadas, Ebossé não resistiu ao traumatismo e morreu no hospital de Tizi Ouzou, para onde tinha sido transportado.

A Federação Argelina de Futebol (FAF) decidiu suspender todos os jogos de futebol, profissional e amador, programados para o próximo fim-de-semana. “Em homenagem a Albert Ebossé, tragicamente assassinado, e também em protesto contra as atitudes irresponsáveis de certos energúmenos e hooligans que perpetuam a violência nos estádios, a qual alcançou proporções inaceitáveis”, pode ler-se no comunicado do organismo.

A FAF deliberou também atribuir uma indemnização de dez milhões de dinares (mais de 90 mil euros) à família de Ebossé. “Além disso foi decidido, de comum acordo com o JS Kabylie, que os salários do jogador falecido serão integralmente pagos à sua família, até ao termo do contrato que o ligava ao clube”, acrescenta.

A crueza da situação que levou à morte de Ebossé impressionou a Argélia e o mundo. “É intolerável que um espectador provoque a morte de um jogador. Stop à violência”, escreveu o presidente da FIFA, Joseph Blatter, na rede social Twitter. “O futebol africano não pode ser terreno fértil para qualquer forma de hooliganismo. Esperamos que sejam tomadas medidas exemplares para castigar este grave acto de violência. A violência não tem lugar no futebol africano em particular, e no desporto em geral”, sublinhou o presidente da Confederação Africana de Futebol, Issa Hayatou.

A fatalidade de Tizi Ouzou é reveladora de uma violência quotidiana que alastra no futebol argelino, escreve a agência AFP. “Esta tragédia não surpreendeu ninguém. Ano após ano, a violência instalou-se nos estádios e propagou-se pelas ruas, criando um clima de medo e insegurança nas nossas cidades”, escrevia o diário El Watan.

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