Primeira obra, simpatia morna

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Vencedor do prémio de melhor primeira obra em Cannes 2013, começa por trazer aquela marca “exótica” do filme que vem de uma cinematografia estranha ou desconhecida – no caso Singapura.

É a estreia na longa-metragem de Anthony Chen, que se terá inspirado na sua infância para contar esta história ambientada em 1998, quando a Ásia sofre o embate de uma recessão económica: uma família de classe média de Singapura contrata uma empregada filipina, e a sua presença torna visíveis as zonas de tensão nascidas do modo como as exigências do estatuto social foram destruindo os laços familiares.

Ilo Ilo

 é um filme simpático, honesto, especialmente atento aos actores, com um olhar sensível ao racismo institucional que é, de certo modo, o motor da sua história (Teresa, a empregada que emigra para garantir um melhor nível de vida, é autenticamente tratada como cidadã de segunda classe). Mas é uma primeira obra, com os defeitos e as mais-valias que isso implica, e apesar de alguns momentos francamente inspirados nunca ultrapassa uma simpatia morna, um certo “esperanto” do cinema de autor ao qual não dá especial volta.

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