Coligação “Unidos pelo Brasil” tem dez dias para nomear um novo candidato

Líder da coligação e candidato presidencial morreu num acidente de avião em São Paulo.

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Eduardo Campos e Marina Silva, a candidata à vice-presidência do Brasil Ueslei Marcelino/Reuters

O impacto da morte de Eduardo Campos na campanha presidencial foi imediato, com os candidatos a cancelarem todos os seus compromissos políticos e o Supremo Tribunal Eleitoral a anunciar as providências necessárias para a eventual substituição do nome do candidato na “chapa” liderada pelo PSB.

De acordo com a autoridade eleitoral, o regulamento prevê, no seu artigo 61, a substituição de nomes nas candidaturas devidamente homologadas, inclusive por falecimento. A campanha terá um prazo de dez dias para definir o nome de um novo concorrente, que pode pertencer a qualquer um dos seis partidos inscritos na coligação “Unidos pelo Brasil” que era encabeçada por Eduardo Campos — PSB, PPS, PHS, PRP, PPL e PSL.

A candidata à vice-presidência, Marina Silva, está filiada no PSB, que tem prioridade na indicação do novo candidato. Como nota a Folha de São Paulo, Marina “pode assumir a campanha presidencial caso esta seja a vontade da coligação” — a maioria da aliança tem de aprovar a escolha. A substituição não exige a realização de uma nova convenção partidária, e pode ser feita “em reunião com maioria absoluta das executivas dos partidos que compõem a coligação”, acrescenta o diário.<_o3a_p>

Dirigentes da cúpula do PSB disseram a vários jornais que este ainda não é o momento de pensar na substituição — “Estamos tão transtornados com a notícia que ainda ninguém parou para pensar sobre o que vai acontecer. Ainda é cedo para isso”, declarou o deputado federal Júlio Delgado, do PSB de Minas Gerais.<_o3a_p>

A Presidente Dilma Rousseff decretou um luto nacional de três dias e pediu ao governador de São Paulo para “agilizar” todos os recursos necessários à investigação do acidente aéreo. Candidata à reeleição, Rousseff cancelou a sua entrevista ao Jornal Nacional da rede Globo, marcada para esta noite de quarta-feira, e fez saber que iria viajar até ao Recife, acompanhada por Lula da Silva, para participar nas homenagens fúnebres.<_o3a_p>

O candidato do PSDB, Aécio Neves, que era amigo de Eduardo Campos, deixou a região do Nordeste, onde se encontrava em campanha e rumou a São Paulo. Neves perdeu a voz ao ser informado do acidente que vitimou o concorrente do PSB: “Meu Deus, nem me consigo levantar da cadeira. Preciso de respirar fundo”, reagiu, quando os jornalistas lhe deram conta da notícia.<_o3a_p>

Os partidos políticos também suspenderam todas as suas iniciativas eleitorais. Numa nota oficial, o Partido dos Trabalhadores manifestou o seu “imenso pesar” pelo falecimento do ex-governador do Pernambuco e anunciou o cancelamento “de todas as actividades públicas referentes à campanha eleitoral de 2014 nas esferas nacional, estadual e municipal, em manifestação de luto com duração de três dias”.

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